"Quando o fogo queima, estamos em guerra? É um conflito? Ou simplesmente está agindo para o que foi criado?" Catalizador, Mass Effect 3.
Se
sabe que as estrelas no céu significam apenas gases ou astros que estão
próximos para morrer. Mas para outros, estrelas no céu podem se transformar em
um ideal no qual quanto maior seu brilho, mais visível será seu esplendor. Mas
em Mapa para as Estrelas de David Cronenberg, nunca o estrelato foi tão
perverso quanto os olhos comuns crêem.
Agatha
(Mia Wasikowska) está indo para Los Angeles. Um dos motivos para ela ir a
cidade é para visitar os pais dela. Ela se encontra com Jerome (Robert
Pattinson) para tentar encontrar os pais e ao mesmo tempo dando apoio para ele
a seguir seus sonhos de ser um ator/roteirista. Ao mesmo tempo Benjie Weiss
(Evan Bird) é um ator juvenil que saiu da reabilitação de drogas e tenta
resgatar seu prestígio, sua mãe Cristina (Olivia Williams) consegue o contrato
da continuação do filme de maior sucesso do filho: I'm a Bad Babysister. Por
outro lado Standford Weiss (John Cusack) um
importante guru está próximo de terminar seu novo livro. Além disso,
também dono de uma massagem terapêutica incomum no qual explora os temores para
que seus pacientes se libertem. A sua cliente mais famosa é Havana Segrand
(Julianne Moore) que está disposta a tentar o papel do remake de um filme no
qual sua mãe (Sarah Gadon) ficou famosa. Mas por não ter mais uma assistente
pessoal, encontra em Agatha uma nova companhia.
David
Cronenberg junto com o roteirista Bruce Wagner foca em uma coisa: O incomodo
real sobre o estrelismo nos dias de hoje. Talvez uma obra cinematográfica que
expõe a falta de brilho das pessoas desse meio e de como elas não conseguem
carregar suas cicatrizes. De uma maneira, a historia transforma a personagem de
Agatha em uma entidade no qual está ciente do seu passado e das suas marcas. E
durante o filme, a personagem cresce de uma maneira tão poderosa que percebemos
a genialidade que está em suas queimaduras. Além disso, talvez seja o filme que
tem os temas incômodos mais viscerais e mais bem trabalhados desde Dead
Ringers.
E
como já esta de praxe, hoje, ver Julianne Moore atuando se torna um prazer. É
uma das poucas atrizes que quando o filme pede para ir ao extremo, ela vai de
cabeça. Sua construção para Havana Segrand é digna de aplausos e talvez seja
uma das suas melhores atuações nos últimos anos. Também estamos diante a uma
evolução monstruosa de Robert Pattinson e Mia Wasikowska que brilham em seus
personagens. Principalmente Mia que transforma em seu corpo em muitos momentos
em uma metafora e uma chave para a compreensão do filme. John Cusack faz uma
atuação macabra pela equivalencia do seu personagem E sim, a sua ultima cena é
uma das mais filosoficas do filme. O único ponto negativo de atuação é de
Olivia Williams. O que se pode atribuir é de uma transformação maniqueista da
personagem para um overacting que não necessitava pela sua narração.
Mapa
Para As Estrelas é um dos melhores filmes de Cronenberg e um dos melhores
filmes que estrearam no circuito brasileiro em 2015. A prova que a satira não é
somente um ensaio de rir, porém de recriar a podridão hollywoodiana utilizando
espelhos “perversos” para perceber que a ilusão é entorpecente para uma realidade
longe de ser glamurosa. Um filme que nos lembra que Cronenberg quando quer
incomodar, ele leva isso muito a sério.
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