Mulher Maravilha 1984

 Mulher Maravilha 1984 deveria ter sido uma espécie de salvação para o cinema em 2020. Em um ano tão afetado com pandemias, tristezas e isolamento, ter um filme de uma personagem tão cativante e cheia de esperanças como Mulher Maravilha deveria ser um filme espetacular. Deveria. 



Infelizmente não passa isso. O filme tem problemas bastantes visíveis, mas que ao mesmo tempo carrega um coração extraordinário. Ao começar pela duração extremadamente larga e com cenas que poderiam está muito bem em um extra de dvd ou simplesmente cortar por que não adiciona nada a trama. 


Também se nota que a trama escrita por Patty Jenkins e Dave Callaham (da saga de Os Mercenários) sofre dessas inconsistências. Começa com piadas bastantes frustradas que lembram Superman III no péssimo sentido, porém quando começa o segundo ato ganha uma direção melhor e define bem o maior vilão do filme: a ganancia humana. Desde da sequência inicial de Diana nas Olimpíadas até o momento que o vilão dá o que realmente quer os humanos: os desejos mais comuns até os mais macabros. 



Outro ponto importante que o filme falha: a falta de uma cena icônica. O filme original continua com uma das cenas mais importantes dos filmes de super-heróis: a sequência do No Man Land. Apesar do novo filme mostrar a renúncia de Diana para o que ela mais desejava na vida para recuperar os seus poderes ser bastante linda, não consegue ter esse impacto em comparação ao primeiro filme. Entretanto se torna até uma homenagem indireta a Superman II de Donner em como Clark Kent recupera os poderes. 


Curiosamente a melhor coisa do filme se reside aqui: Na atuação de Pedro Pascal. De cara o principal motivo: existe um antagonista decente que infelizmente não existiu no primeiro filme. Outro fato também que faz com que o personagem seja sensacional: Max Lord é a síntese da falácia dos anos 80. A venda da meritocracia na tv para descobrir que é uma fraude e se transformar no homem dos desejos demonstrando mais ainda o quanto o ser humano é tão frágil. Não é à toa que ele é o dono da melhor cena do filme: a conversa final entre pai e filho. 



Kristen Wiig está ok para o que é a personagem dela. Chris Pine está de recheio, porém se nota que o personagem ele é chave para o roteiro. Gal Gadot continua sendo perfeita como Mulher Maravilha e demonstrando que a personagem é falha é onde realmente Gadot brilha com seu carisma.  


Mulher Maravilha 1984 é problemático como filme. Poderia ser bastante melhor por ter mais liberdade em comparação ao primeiro filme, mas fica no meio do caminho. Entretanto traz uma mensagem inspiradora para fechar um ano bastante horrível: que podemos ser melhores como pessoas. Agora fica a esperança se um capta o que realmente quis dizer Diana para todos nós.  




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