Explicar o inexplicável. Essa frase pode resumir o sentimento que está rondando não só apenas o espectador comum, mas também o maior dos cinéfilos. Muitos vêem a ansiedade em saber por que tal roteiro segue tal rumo ou por que tal filme termina de um jeito tão abrupto? Pode-se usar qualquer filme explicar tais fatos, mas nesse objeto de estudo, será debatido uma das continuações mais emblemáticas ou talvez a mais desnecessária da história do cinema: 2010 – O Ano Em Que Faremos Contato.
Nove anos se passaram desde incidente da nave Discovery no qual resultou o descontrole do sistema funcional da nave, o HAL 9000 e o desaparecimento do seu comandante David Bowman. Agora, o Dr. Heywood Floyd tem uma oportunidade de saber o que houve, por intermédio dos russos os quais, descobriram um sinal desconhecido perto da localidade do Discovery, mas precisam dos americanos para descobrir o que realmente aconteceu, incluindo a re-ligação de HAL 9000 e a grande pergunta de todas, o que é realmente o monólito.
Apenas ressaltando como dado de curiosidade. Stanley Kubrick que não gostou da possibilidade de uma continuação de um filme onde muitos consideram perfeito, 2001 – Uma Odisséia no Espaço. Nisso, Kubrick mandou apenas destruir muito dos sets originais de 2001 principalmente um dos cenários mais incríveis do cinema que é a nave Discovery.
Antes de iniciar, tem que aplaudir a infinita coragem do cineasta mediano Peter Hyams por não ter apenas dirigido, mas também por ter adaptado ao cinema o livro 2010 de Arhtur C. Clarke e de ter sido o diretor de fotografia. A questão técnica do filme é padrão para o gênero no inicio dos anos 80, no qual é bem feita em muitos aspectos visuais. E também aproveitou a levada dos anos 80 que tem de bagagem, as cine – series Star Wars, Aliens e os cults Blade Runner e O Enigma do Outro Mundo.
O roteiro reside problemas mesmo tendo profundidade da coletividade humana através da coexistência entre povos, raças e credos. Entre seus problemas está em criar uma “resposta oficial” do por que do mau funcionamento de HAL 9000 e essa resposta praticamente quebra toda a magia do filme anterior. Outro fator é a falta de tato filosófico nessa continuação, no qual, o filme funciona como um filme de ficção comum que quer achar uma resposta do fato e não quer algum debate para propor entre o seu publico sobre o que foi visto em tela.
Acredita-se que a intenção de 2010 seja de não apenas ser uma boa sessão sci-fi dos anos 80, mas sim responder aos inúmeros questionamentos. Entretanto o que se viu foram respostas extremamente abaixo do esperado que resulta o total desprezo dos fãs de 2001 que preferiram alimentar na mente deles cada sensação que o filme de Kubrick deixou na mente de muitos cinéfilos.
2010 pode ser uma peça fundamental para a compreensão do fator que ultimamente sofre a escassez e cai no esquecimento: a falta de subjetividade. 2001 carrega impregnado em cada minuto a força da criação da idéia do observador, nesse caso o espectador, seja aflorado. Se perguntar para cada fã de 2001 irá ouvir duas respostas: 1- Um dos melhores filmes já feitos da história do cinema; 2- Uma visão pessoal de cada fato do filme. O cinema atual vive nessa fase de pseudosubjetividade, no qual, quando pensamos que teríamos a possibilidade de querer criar uma idéia para o fato sobre o filme, vem muitas vezes o próprio filme roubar a capacidade subjetiva como um ladrão que rouba um doce de uma criança. Por isso que o espectador funciona como a ciência, que busca a qualquer custo a resposta exata dos fatos, mesmo não atendendo a lógica da compreensão.
Hoje, se deparamos com algo extraordinário, além da nossa capacidade sensorial mental, é por que chegamos ao ponto de não querer uma resposta, mas sim de compreender o fato. O espectador corresponde a frase de 2010: Temos tantas perguntas no qual sinto que as respostas são maiores do que as perguntas. Agora resta a nós mesmo se aceitaremos a resposta ou não.
2010 - O Ano Em Que Faremos Contato (2010)
Diretor: Peter Hyams
Elenco: Roy Schnider, John Litigow, Helen Mirren, Keir Dullea e Dougulas Rain como HAL 9000.
Gênero: Ficção Cientifica
Cotação - 63% - Filme Assistivel
Sinceramente? Não quero ver este filme. Acho que, apesar de ser "assistível", é algo totalmente desnecessário. Talvez o próprio diretor o tenha feito somente para ele próprio entender um pouco mais sobre 2001. Mas acredito que o filme de Kubrick não precise de respostas, pois nem deveriam haver perguntas acerca dele.
ResponderExcluirMuito bom o seu texto, João! Abraços.
Algumas perguntas continuam sem respostas. Eu estava vendo um documentário no Discovery Channel sobre 2001 onde dezenas de cientistas tentavam desvendar algumas questões básicas do filme. Bem, o fato é que ninguém concordou com ninguém. Cada um vê o filme de uma forma.
ResponderExcluir2010, não só não responde estas questões como também levanta algumas outras totalmente inúteis. O livro de 2010 é tão bom quanto o de 2001, o problema foi mesmo a abordagem e a visão preguiçosa e covarde do diretor.
Abraço!
Ainda não tive a chance de ver, mais verei em breve .
ResponderExcluirNão assisti a este filme. Não sou a maior fã de ficções científicas. São poucos os filmes do gênero que eu vejo e gosto.
ResponderExcluirComo sou grande fã de "2001" (é um dos meus cinco filmes favoritos), sempre tive muita vontade de ver essa produção, mas tenho medo de perder um pouco do encanto do original...
ResponderExcluirTenho medo deste filme. Certa curiosidade também, mas mais medo. Acho que temo que 2001 seja massacrado pela imagem que este 2010 possa enviar. Por isso não criei coragem ainda para conferi-lo.
ResponderExcluirCiao!
Nao tenho interesse por este filme, mas um dia encaro o 2001 do Kubrick novamente. Ve-lo aos 12 anos de idade nao foi uma experiencia das melhores. Tanto que ate hoje nao tive coragem de confronta-lo de novo. Alias, com exceção do Iluminado, Kubrick nunca me conquistou realmente.
ResponderExcluirAbraços!
Sou um daqueles que não tiveram paciência para gostar de 2001... Este 2010 é apenas uma ficção comum, que fica degraus de qualidade e de estilo bem abaixo do original.
ResponderExcluirAbraço
Rapaz, eu não li tua crítica desta vez. Sabe pq? Eu nunca tive coragem de ver este filme e quase não sei nada sobre ele. Tenho medo, muito medo...
ResponderExcluirUm dia, preciso enfrentar este medo e ver 2010... Um dia...
Abs!
O melhor de 2001 é justamente seu mistério insondável, que nos faz fundir a cuca! Explicá-lo é inconcebível. Francamente, receio ver esse filme, talvez seja fria, ainda que o status do anterior seja inalterável.
ResponderExcluirCumps.
amo 2001 mas nao vi 2010.
ResponderExcluiranyway amadinho, respondendo a tua pergunta, muitas pessoas nao aceitam viver no hoje e absorver a qualidade de filme da atualidade. Este ano por exemplo, creio que estamos diante de alguns novos classicos que estao surgindo, mas as pessoas se recusam justamente por ter medo do novo.
espero que minha resposta seja boa.
bjokas,
vivi
Eu quase aluguei ele ontem. Só não levei pra casa porque um colega meu me emprestou uma cópia do Redbelt (Cinturão Vermelho) do David Mamet. Aliás, Recomendo! Ainda pretendo assisti-lo, mas sei de antemão que está a léguas da genialidade de Kubrick.
ResponderExcluirCultura? Informação?
http://robertoqueiroz.wordpress.com
http://pequenos-takes.blogspot.com
Eu sou fascinado por 2001, mas sei que as críticas a essa sequência são muito negativas. Tenho medo de ver e achar uma porcaria.
ResponderExcluirÉ impressionante como as pessoas assistem ao filme e não entendem nada. 2010 não é um filme sobre ficção científica: É um filme de alto teor espiritual. No entanto, as pessoas tem que estar preparadas para "ouvirem" a sua mensagem. Um dia, talvéz, todas as pessoas possam entender o PERFEITO filme 2010. Disseram que era desnecessário. Somente para quem não entendeu o discurso final o dr. Floyd. Detalhe. A música é Soberba.
ResponderExcluir2001, uma odisseia no espaço, é para mim o melhor filme de todos os tempos, já devo ter assistido ele umas 20 vezes... percebo que a maioria das pessoas acima esta totalmente equivocada com relação ao sucessor 2010 o ano em que faremos contato, acho 2010 um bom filme por diversos motivos... Queria entender por que as pessoas só dão crédito a Kubrick? Dou 50% de credito a Kubrick e os outros 50% dou crédito ao Escritor Arthur Charles Clarke a quem sou admirador também, pra quem não sabe, Arthur C. Clarke escreveu outras 3 seqüências de 2001, todos livros da saga são maravilhosos...
ResponderExcluirO segundo livro da saga é o 2010 uma odisséia no espaço 2, assisti o filme de 2010 logo após ler o livro e posso dizer que o achei ótimo! Gostei mas por que relacionei o filme com o ótimo livro de Clarke, diferente da maioria das pessoas que só tentam fazer comparação com o filme 2001... Eu chamo isso de preguiça intelectual!!
O 2010 foi muito bem adaptado e produzido sim!!
Por ser fanático pelo 2001 que procurei conhecer tudo que esteja relacionado, acho muita falta de informação as pessoas dizerem que é muita ousadia do diretor Peter Hyams tentar dar continuidade e procurar respostas para o enigmático 2001, quem tentou dar as respostas foi ARTHUR CHARLES CLARKE pessoal, pelo amor de Deus!! Peter Hyams só adaptou o livro 2010 uma odisseia no espaço 2!!
Abram a mente!!!!
Quem escreveu a crítica nunca lei qualquer um dos livros da Odisséia. A maior parte dos argumentos são facilmente respondidos por quem leu os livros. O filme é um dos meus preferidos, mas obviamente o romance é muito mais literal, explícito. O Hyamms apenas pegou o livro e transpôs para a tela. Já o Kubrick, que escreveu o romance e o roteiro por 4 anos, adaptou mesmo e não fez questão de explicar vários pontos presentes no romance.
ResponderExcluir2001 é genial. 2010 é um excelente filme que tenta ser muito fiel a obra original.
O Anônimo escreveu perfeitamente o que qualquer um que tenha lido as obras sabe. Perfeito!
ResponderExcluirTemos pouquíssimos filmes de ficção científica.
ResponderExcluirEste gênero que alguns não gostam (e nem sabem do que se trata) não usa a ciência como pano de fundo. A ciência é o principal ator. Fazer uma ficção embasado na ciência é utilizar do que é conhecido e extrapolar pelo pode porvir.
2001 era uma extrapolação, veio quando o homem estava se preparando para, pela primeira vez, colocar os pés num corpo extraplanetário. E extrapolou além, colocar o homem em um lugar onde nenhum homem jamais esteve. Tudo isto com a tecnologia conhecida e a que estaria previsto acontecer.
Ciência da computação, física, genética, matemática, medicina, comunicação e outras são exploradas no filme com primor. Lançando previsões de um mundo que poderia acontecer em 32 anos no futuro. 2010 não é tão pretencioso. Porém, amarrado a história anterior possui em alguns aspectos, o rigor científico. Valorizando a dinâmica das órbitas e questões mecânicas. Por isto é um filme necessário, deviam haver mais do gênero. Existe uma carência enorme deste tipo de história, é uma continuação menor, tudo bem, mas deviam fazer mais, tem ainda 2064, 3001(do mesmo escritor). 2010 está além de 63% assistível, está bem além e é para um outro público, diferente as de fantasias medievais que tem pano de fundo a ciência como se tivesse escolhido a cor de uma parede. Se for assistir esperando um Star Wars... lamentável.
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Concordo com boa parte do texto. Aliás, fiz uma reflexão, baseada nesse filme, entre as diferenças que deveriam estar presentes entre as grandes obras literárias e cinematográficas.
ResponderExcluirQuem puder e tiver interesse dêem uma olhada na minha reflexão:
http://inexpressivistas.blogspot.com.br/
já que estamos falando de ficção científca,imaginemos a seguinte situação hipotética: e se stanley kubrick não tivesse dirigido o filme: 2001- uma odisséia no espaço, mas sim:2010- o ano em que faremos contato, este seria considerado o "o melhor filme de todos os tempos"? diriram que este,em detrimento àquele,é uma continuação desnecessária e que tenta explicar o inexplicável?
ResponderExcluire oque podemos dizer do roteiro, da dá idéia, propriamnete dita, que o filme aborda? não valem nada?
afinal de contas, sobre oque estamos falando aqui, sobre o filme ou sobre o diretor stanley kubrick?
paradoxalmente falando, uma coisa não tem nada há ver com a outra.
kubrick não teria conseguido fazer o filme se não fosse pela ajuda de arhtur c. clarke.e, se kubrick não queria uma continuação para a sua "obra prima", deveria ter impedido o autor dos livros de escrever a continuação da estória e não, destruir o cenário, numa risível demosntração de falta de caráter e auto-confiança em ser capaz de fazer um filme tão bom quanto o premeiro.
Uma das maiores decepções que tive na vida foi assistir a este filme.
ResponderExcluirMe ocorreu o seguinte pensamento: se 2001 tivesse sido filmado nos dias atuais, pelo mesmo diretor de 2010, ou Spielberg, ou G Lucas, será que seria o melhor filme de todos os tempos?? Duvido muito. Teríamos mais um filme com shows pirotécnicos.
Temos de agradecer de 2001 ter sido filmado na década de 60 e pelo Kubrick, inigualável.