Ninguém gosta da Guerra, qual é o propósito dela? Uns acham que é para ser superior e mandar em um mundo e criar novos tipos de sentimentos (muitas vezes de ódio e repudio) nos restos das nações. Outros motivos são para achar uma paz, por que como já disseram em um filme de guerra que não me lembro disse que se a pessoa quer encontrar a paz,prepare-se para a guerra. Mas para Johnny (ou Joe se preferir) o único motivo é pelo bem do seu país, porém o preço que ele irá pagar é mais caro do que se imagina. (...)
Não consigo lembrar de nada Não posso dizer se isto é sonho ou realidade Lá no fundo eu me sinto gritar Este terrível silêncio me impede
Agora que a guerra está em mim Eu acordo e não posso ver Que não resta muito de mim Nada é real a não ser a dor agora (...)
Johnny Vai Á Guerra de Dalton Trumbo é baseado no livro homônimo escrito pelo próprio diretor do filme. O livro foi lançado no ano de 1939 e fala a história de um soldado que foi para a Primeira Guerra Mundial e tentando escapar das trincheiras, foi bombardeado e ficando em um estado lastimoso e sem poder fazer nada ele vai viver em um estado semi-vegetativo.
(...) Prendo minha respiração como se eu quisesse morrer Por favor, Deus, me acorde (...)
Johnny como tantos outros, se alistou para a Guerra pensando que vai fazer algo benéfico para o estado. Deixa o seu grande amor para trás, sua família, cheio de sonhos e esperanças. Porém todas elas são destruídas quando ele é vitima de um bombardeio e milagrosamente continua vivo, porém, ele perde os membros superiores e inferiores, a sua face, a sua visão, sua audição e agora ele vive em um pesadelo sem precedentes e o único jeito de se expressar é usar o código Morse para fazer um pedido singelo e sincero.
O livro é visivelmente uma ode contra a vida bélica, um livro anti-belico. Porém quando o seu livro ganhou um premio especial, dois dias depois, estourou a Segunda Guerra Mundial. Fora isso, o romancista foi considerado “comunista” na era negra de Hollywood, o Macartismo ou a caça as Bruxas, que se baseava em acusar, injustamente, pessoas de alto escalão de comunistas. Depois de algum tempo ele voltou ao mercado, porém o filme antes desse que ele teve destaque foi ser o roteirista de Spartacus de Stanley Kubrick e ganhou dois Oscars como roteirista em A Princesa e O Plebeu e Arena Sangrenta. Mas a consolidação do diretor veio com a sua adaptação do seu livro ao cinema. O filme foi a Cannes e ganhou o prêmio de Júri e a Palma de Ouro foi indicado ao diretor.
(...) De volta ao útero é muito real Dentro pulsa a vida que tenho de sentir Mas não posso olhar adiante para revelar Olhe para o tempo quando eu viver
Alimentado pelo tubo enfiado em mim Como uma novidade em tempos de guerra Preso a máquinas que me fazem existir Tire esta vida de mim
Agora o mundo se foi, sou apenas um Deus ajude-me Prendo minha respiração como se eu quisesse morrer Por favor Deus me ajude (...)
Curiosamente o filme foi banido no Brasil na época da ditadura e se tornou cada dia mais difícil de encontrar. Mas graças ao Metallica o filme ganhou um status curioso de Cult. No disco “... And Justice For All” considerado por muitos fãs, o disco mais bem trabalhado do Metallica, encontra a musica "One" que é uma homenagem tanto ao livro quanto ao filme. E depois disso muitas pessoas foram procurar o filme e viram o valor que essa obra tem.
O roteiro mescla entre as dores e o escapismo criado pelo personagem central, que em determinados momentos da trama. Além disso, Trumbo sabe muito bem valorizar o seu personagem, seus sonhos e paranóias. As atuações são únicas e sinceras, principalmente de Timothy Bottons e Jason Robards. E curiosamente também está no filme é o pai de Jack Bauer, Donald Sutherland fazendo o papel de Jesus Cristo, e diga-se de passagem, uma interpretação diferente.
(...) Escuridão me aprisiona Tudo o que vejo Horror absoluto Eu não posso viver Eu não posso morrer Preso em mim mesmo Meu corpo é minha cela(...)
A direção de Dalton Trumbo fez é única. Em todos os sentidos, desde sua introdução onde vemos imagens de guerras passadas, a escolha de deixar o filme preto-e-branco na sua realidade e as lembranças e sonhos em cores. Fora mostrar com uma veracidade temas que em uma sociedade normal não aprovassem, porém vendo o filme, pensar-se-ia duas vezes, e mostrar como uma batalha que muitas vezes é feita por orgulhos feridos pode causar em um homem que não pediu para ir.
Esse filme não é como tanto filme de guerras já feitas nos últimos 20 anos para cá. Ele não é um filme heróico e tão pouco de ação. O filme é uma experiência única, assustadora, cruel. E também agradecer sem duvida nenhuma ao Metallica por não só apenas fazer uma canção que representa toda a dor e o sofrimento do personagem principal, mas também para que todos tenham conhecimento de um filme tão grandioso e tão inesquecível. Uma obra prima.
(...)A mina levou minha visão Levou minha fala Levou minha audição Levou meus braços Levou minhas pernas Levou minha alma Me deixou com vida no inferno
Metallica - One
Ficha Tecnica
Johnny Vai A Guerra (Johnny Got His Gun, EUA 1971) Diretor: Dalton Trumbo Elenco: Timothy Bottons, Donald Sutherland, Jason Robards Baseado no Livro Johnny Vai a Guerra de Dalton Trumbo Gênero: Drama/Horror
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Clipe do Metallica
Claro que o dia não está tão belo, hoje uma pessoa amada e respeitada morreu ... porém o que ele fez, a sua marca e a sua história não vai passar feito um carro na rua, ou quando anda pela rua. Não ... ele deixa a sua marca e se torna algo que todos nós, sim nós, queremos ser ... imortais ... ele fez a sua marca, agora ele poderá descansar em paz ...
Ingmar Bergman, obrigado pelas suas obras que deixaram o cinema ainda mais resistivel e adorado por todos
ótimo texto!! é um filme que, como vc disse ganhou um status de cult, mas de qualquer forma ainda não o assistie ele me parce bastante controverso. vOU Procurar. no blog saiu os prêmios da cafeteria de julho, aparece. abraços
Há, "Memórias de Um Assassino" chegou por aqui para venda nas Lojas Americanas. Vou procurar antes nas locadoras ou tentar encomendar uma cópia. Ao menos consegui "Ichi - O Assassino" de Takashi Miike.
Poutz, ainda não vi esse... parece ser do cacete!
ResponderExcluirJá tinha lido sobre a história do filme e fiquei interessado. Tem em dvd, J.P.?
ResponderExcluirSobre Bergman... só resta lamentar.
Ter tem ... porém saiu pela Aurora Filmes, e não tem em toda locadora ... se o filme já é dificil de se assistir ... imagine o dvd ...
ResponderExcluirqualquer coisa, procure nesse site
www.auroradvd.com.br
abraços
Parabéns pelo texto, João. Fiquei com vontade de assistir ao filme.
ResponderExcluirótimo texto!!
ResponderExcluiré um filme que, como vc disse ganhou um status de cult, mas de qualquer forma ainda não o assistie ele me parce bastante controverso. vOU Procurar.
no blog saiu os prêmios da cafeteria de julho, aparece.
abraços
Ótimo texto...
ResponderExcluirAhh quero mtoo ver!
Espero encontrar pelo menos pra baixar, pq nas locadoras...vai ser foda!
Muito interessante a produção. Procurarei nas locadoras com maior acervo.
ResponderExcluirE eu acho "Irreversível" um filme bem razoável.
Há, "Memórias de Um Assassino" chegou por aqui para venda nas Lojas Americanas. Vou procurar antes nas locadoras ou tentar encomendar uma cópia. Ao menos consegui "Ichi - O Assassino" de Takashi Miike.
ResponderExcluirConcordo plenamente com seus comentários, JP. Vou escrever sobre o filme hj mesmo. Considero inesquecível.
ResponderExcluirEste filme é uma Obra Prima.
ResponderExcluirEste filme é uma Obra prima.
ResponderExcluirEste filme é
ResponderExcluirEste
ResponderExcluirhaai eu assitir esse filme è muito triste,ver a pessoa sofrendo!
ResponderExcluiro filme é incrível..
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