Círculo de Fogo: A Revolta

É interessante que para os amantes do blockbuster se vive um pesadelo e ao mesmo tempo o sonho de muitos anos. O sonho de muitos anos ver franquias como Star Wars saindo quase todo ano, tanto em cinema quanto em jogos e principalmente para os fãs de quadrinhos que estará sendo testemunha de um evento sem “precedentes” que é a primeira parte dos Vingadores - Guerra Infinita. Por outro lado, se transforma em um pesadelo por que em um certo momento vai existir o saturamento dos dois temas (e isso já apareceu no fracasso de Star Wars Battlefront II e praticamente os esforços em vão da DC no cinema com a belíssima exceção de Mulher Maravilha).

Por isso, ver um outro blockbuster saindo hoje é como uma tentativa arriscada de sucesso e alguns curiosamente se pagam. Dwayne Johnson com seus filmes mesmo sendo bons ou não, conseguem um interessante retorno por hora dos críticos como aconteceu com Jumanj ou por bizarramente por parte do público como aconteceu com Baywatch e outros que apareceram do nada e estão fazendo sua parte como o filme de cunho cristão I Can Only Imagine que mesmo com tanques nos cartazes, ainda não saiu do top 10. E claro, existe o caso de Círculo de Fogo: A Revolta.

O filme que é dirigido por Steven S. DeKnight que estava envolvido com Angel, Buffy, Smallville e Daredevil  e tem a produção de Guillermo del Toro e também do seu protagonista John Boyega. A produção conta os impactos da salvação do mundo após Stacker Pentecost ter cancelado o apocalipse. Uma boa parte do mundo conseguiu recuperar e outros não. Além do fato que muitos começaram a utilizar os jaegers que viraram sucata após a guerra. Jake Pentecost, filho de Stacket é preso ao lado de uma jovem prodígio Amara Namani porém ganham uma nova oportunidade de entrar na Academia dos Jaegers. Mas ao mesmo tempo, uma companhia querem substituir pilotos por drones e uma sinistra ameaça que vem após um ataque terrorista em Sydney.

O filme em seu primeiro final de semana conseguiu um feito importante: se pagar. Mesmo o filme ter conseguido o primeiro lugar em seu primeiro final de semana com 28 milhões de reais e de ter conseguido destronar (mais pelo cansaço) Pantera Negra, não foi aquela explosão como muitos acreditaram. Por outro lado, os 122 milhões que arrecadou globalmente dá um gás importante para a vida útil do filme além do já citado: já se pagou. Além disso, quando se comparar com o filme original acontece um contraste engraçado: o filme no final de sua vida nos cinemas conseguiu arrecadar mais de 400 milhões de dólares sendo que se comparar com o orçamento do primeiro, quase 200 milhões.

Uma das primeiras obviedades desse filme: detém um roteiro muito fraco. Escrito por 4 pessoas que tem como material envolvido Os Contos da Aia, Demolidor da Netflix, Os 100 e a franquia Maze Runner criaram uma história que sim, tem uma potencialidade interessante como uma sociedade após a guerra e como iria reagir com aqueles robôs ainda circulando pelo mundo como patrulha e as tentativas de ser mais automatizadas.Porém é tudo tão superficial que dá uma grande lástima. Além disso, a direção de DeKnight apenas segue o básico de filme de ação e ao menos o clímax do filme é bem interessante e bem influenciado pelo estilo tokusatsu e com um easter egg de Mobile Suit Gundam que vale a pena.

Por outro lado o verdadeiro motivo para ver esse filme é esse: John Boyega. Após ter roubado a atenção com Attack the Block e Star Wars, ver o primeiro papel protagônico em uma outra franquia foi uma tremenda surpresa. O carisma que ele carrega o filme inteiro é tão impressionante que se ele fosse o principal do filme anterior, iria ser um clássico absoluto. Além disso, a quimica entre ele e a novata Cailee Spaeny é de primeira linha. Além disso o elenco conta com Scott Eastwood (que de pouco a pouco tenta escolher bons projetos), Tian Jing (Kong Skull Island) e o duo Burn Gorman e Charlie Day do filme anterior que ganharam um papel mais do que fundamental para a trama.

Se o filme cair no ostracismo dos blockbusters eventos desse ano será uma grande pena. Círculo de Fogo: A Revolta está bastante longe de ser a maravilha que foi o filme original de Del Toro, mas não deixa de ser um filme que cumpre o fundamental: a diversão e nada mais. Se tiver mais um filme da franquia, seria mais do que bem vindo, se não … Existem outros meios que podem ajudar a fazer isso como séries ou até mesmo um game sobre o mesmo. Ao menos não se pode reclamar disso: É bem melhor do que toda a franquia dos Transformers no cinema.

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