Imagine esse cenário: Você, amante de
uma série que tem mais de inúmeros capítulos, descobre que irão adaptar essa
serie ao cinema. Mas diferente do que voce adaptar e criar algo que abrange
esse universo, apenas pegas a série em si e picota de uma maneira que inúmeras
temporadas em um "filme" de duas horas. O que você, espectador e
amante de cinema e séries, como se sentiria? Claro que a palavra é uma:
Indignação. Entretanto, essa indignação se transformou em realidade, porém de
uma maneira literalmente catastrófica graças a ganância extrema da Igreja
Universal e da Rede Record de expandir (???) o sucesso da novela Os 10
Mandamentos no cinema mas de uma maneira que ao invés de admirar, causa
repulsão e ojerizas a essa nefasta pratica.
Não se sabe se é para rir ou para
chorar o ato de testemunhar disso ser sucesso. A novela que estreou no ano
passado conseguiu o "feito" de derrubar a Rede Globo (isso que dizia o Twitter) com seus efeitos e claro, por retratar em um horário nobre a
"épica" história da libertação do povo judaico da opressão que vivia
dos egípcios pelas mãos de Moisés. Se nota as aspas em épica mas não pela
história, mas pela abordagem porca e novelesca para essa historia bíblica.
Muitos vêem a historia de Moisés como um espelho nítido da luta contra a
opressão e escravidão. De como um homem guiado por um ideal consegue libertar
uma nação contra um pensamento que considera um estatus maior que a vida.
Se poderia bem fazer desconstruções
ideológicas sobre essa historia. Mas isso agora não vem em questão. Ainda se
torna literalmente impossível engolir seco que esse aborto híbrido se pode
considerar um filme e ainda mais, de como isso se transformou uma das maiores
bilheterias do cinema nacional. Para um amante de cinema de verdade, ver esse
tipo de pratica sendo realizada é uma ofensa a sétima arte. E olha que nem vale
comentar por exemplo o ato de pagar para ver no cinema figurinos que conseguem
ser mais vergonhosos que um festival de cosplay de quinta categoria. Ou de como
a novela consegue ter um elenco tão equivocado e tão "white" que faz
ao menos elogiar o casting de Êxodo de Ridley Scott já que ao menos, nesse se
vê atores realmente talentosos.
Se torna extremadamente bizarro pagar
por algo que o espectador já viu na tv e que pode muito bem assistir em serviço
de streaming que curiosamente, tem o mesmo preço do ingresso de cinema. Tanto
que não existe uma linguagem cinematográfica nesse projeto. O que se vê é um
exercício de masturbação de edição ao ponto de dar mais créditos ao editor que
ao "diretor" do filme já que o mesmo diretor acha que dirigiu uma
novela e não um filme. Poderia até citar como um exemplo contrário o caso de O
Auto da Compadecida que também teve uma edição reduzida que foi levada ao
cinema. Mas a mini serie da Globo só tinha apenas 4 capítulos e literalmente
tinha mais linguagem cinematográfica. Ao ponto de ser até irrisório a
comparação do tempo do filme ao da minissérie (107 para os 160).
Se parabeniza quem viu o filme no
cinema e quem pagou por ele por que ainda é possível acreditar na boa fé do
brasileiro. Ou é um tipo que está testemunhando a maior bilheteria do cinema
brasileiro com apenas recordes econômicos já que de sala ... Bem ... Hoje nem
se importa mais em visualizar mais um filme ruim no nosso cinema nacional. Entretanto,
considerar isso como cinema está além do patetismo. No final, se parabeniza a
todos os envolvidos por que ao fim de tudo, vão entrar para a historia do
cinema brasileiro mas como de uma das piores vergonhas da cinematografia
brasileira e de como é fácil lavar dinheiro utilizando a sétima arte.
Ainda não tive coragem de ver, mas realmente, pegar uma novela e condensar em um filme não pode dar algo de bom. É assustador o fenômeno que estamos presenciando.
ResponderExcluirInfelzmente Manda ver isso no cinema é deploravel. Claro que é necessário debater já que se o cinema brasileiro quer ser realmente competitivo ... isso não deveria nem ser concebido :(
ResponderExcluirCoisas de um país que tem uma cultura excelente,mas exposta de maneira rasa e superficial. Onde espertalhões do mais alto calibre aproveitam da alienação de um povo alienado,tratado como gado a vida toda porque nossos governos jamais investiram em educação. Para rever uma história já tresfilmada com ares de megaprodução e que na verdade é mais uma ótima fonte de renda para um grande comerciante da fé.
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