Férias
Frustradas
Uma versão
meio hibrida de remake\continuação, a nova versão de Férias Frustradas toma um
ponto especifico: quando a releitura é uma ferramenta da própria narração:
Rusty Grisworld, agora pai de família, vive praticamente uma vida que muitos
desejam por um lado: uma linda casa, um trabalho estável, mulher e filhos.
Entretanto, ele não se sente completo. E perto de suas férias de verão, ele
sente a necessidade de aproximar dos filhos e de sua esposa, Debbie (Christina
Applegate). No momento de epifania familiar, ele decide refazer a viagem que
seu pai (Chevy Chase) fez 30 anos atrás: Walley World e sua nova montanha
russa. E assim como a viagem original, muitas coisas realmente não dão certo.
O que
surpreende na nova versão dessa série clássica, ainda dona de um dos melhores
filmes natalinos de todos os tempos, é transformar o personagem Rusty mais
próximo da realidade de muitas pessoas. A personificação de Ed Helms cai como
uma luva já que ele consegue representar a tristeza do homem comum e a
necessidade de reviver o passado acreditando que é a melhor coisa do mundo.
Talvez possamos até tirar uma conclusão bem interessante de como funciona o
cinema atual. Parece que os estúdios não confiam mais em ideias originais ou da
dificuldade que gera em atrair um novo público pela qualidade dos seus filmes
que a simples ideia de reinventar ou “reciclar” uma ideia clássica é menos
assustadora para o produtor, entretanto, não sabe como a plateia vai reagir a
tudo isso. Que muitas vezes parece que tudo poderá estar fora de lugar e mesmo
dando certo em vários conceitos, alguns ficam perdidos no meio do caminho.
Férias
Frustradas detém um problema grave mas ao mesmo simples de muitas comédias
atuais. O problema de ritmo e de distribuição de piadas. Existem momentos que
são engraçados e outros que o ritmo do filme não ajuda e a gag falha. Porém são
poucos momentos que acontecem isso. Se pode acreditar o fato de que nem todas
as gags podem funcionar para todo o tipo de público. Além disso, o trabalho de
Christina Applegate é sensacional como a Debbie. Ela por muitos momentos é que
resgata um lado de doçura da trama mas ao mesmo tempo, a dona de uma das cenas
mais bizarras do todo filme. Além disso, temos algumas participações especiais
de alguns comediantes e de um bizarro Chris Hemsworth demonstrando demais ...
seus dotes.
Talvez a
maior virtude de Férias Frustradas é demonstrar que ser nostálgico demais pode
sair tão desastroso quanto se imagina. É óbvio que existem piadas geniais e
cenas bem sacadas, porém não agrega nada de novo, apenas ratifica o maior
problema de Hollywood: o apego passado que afeta a dificuldade de sair algo
novo. Helms e o elenco fazem sua parte. As piadas fazem sua parte. Até as
referências bem interessantes ao filme original fazem sua parte. Mas assim como
uma viagem de família, revisitar passado as vezes é bola fora.
Unfriended
É
interessante que o found footage demonstra que pode estar decaindo, sempre
aparece uma nova experiência. Unfriended ou Cybernatural se transforma uma das
melhores experiências, ou talvez a mais bem executada desde Chronicle de Josh
Trank. E o mais interessante também fica em uma história bem simples se
transformou em um leque de estudo sobre a força impressionante que circula as
redes sociais atualmente.
Um grupo de
jovens se reúnem para um chat de Skype e conversam sobre um ano da morte de uma
“amiga” em comum no qual se suicidou após um severo ataque de bullying. Entretanto,
quando começa o chat grupal, um usuário desconhecido entra na conversa e após o
acesso, a paranoia começa a crescer entre todos até descobrirem que estão
lidando com algo além da compreensão. E principalmente, começam de um a um
pagar pelos atos passados que envolvem o ataque de bullying.
Se torna
bizarro que uma conversa de Skype se transforme uma das experiências mais
assustadoras do ano. Falo experiência por que sabemos que olhamos para a
“trama” é simples e direta. Entretanto, o filme leva a questão de experiência
para um lado mais pessoal. Estamos vivendo literalmente a experiência de pensar
que a tela do filme é a tela do nosso computador. Desde janelas abertas com
informações e aplicativos como Spotify.
Cybernatural
apenas confirma uma fase de ouro da Blumhouse no qual quanto mais modesto é o
projeto, mais o retorno é garantido. O filme cumpre bem seus objetivos e se
transforma uma das melhores experiências de terror. Ainda pode ajudar como uma
ferramenta dos perigos que carregam na sociedade atual. Quando um filme de
terror consegue transformar o elemento mais impensável de todos os tempos como a
culpa e dificuldade de aceitar os atos são aterrorizantes quando a
“antagonista”. Um projeto diferente e valido para quem nunca imaginou que uma
pequena conversa de computador fosse uma viagem literal ao inferno.
Férias Frustradas - ***¹/²
Unfriended - ****
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