Brüno

Quem não quer ficar famoso? Quem não quer ser celebridade? Muitos nutrem esse sonho que mais parece uma utopia do que uma realidade. Porém nos últimos anos, como um efeito global e por que não uma doença que está em todos os lugares, essa busca de ser famoso passa do limite. Muitos conseguem em coisas simples e outros conseguem de uma maneira rápida e assim como sua chegada, vão facilmente em nossas mente. Pois bem, Brüno mexe muito bem com essa delicada parte de nossa sociedade atual.

Brüno, personagem criado por Sacha Baron Cohen, é um estilista austríaco gay que tem um programa fictício chamado Funky Time, um programa de moda onde mostra as futilidades desse mundo. O mundo dele começa a ruir quando ele passa um incrível vexame em um desfile importante e a partir daí ele começa a perder status para entrar em desfiles, festas até perder o seu namorado, Diesel. Ele acredita que para recuperar essa credibilidade coloca na cabeça que tem que ser celebridade nos Estados Unidos para ser Top do Top no mundo.

Pois bem, mais uma vez o estilo do filme anterior está de volta. Sacha Baron Cohen mais uma vez consegue encarnar de um jeito impressionante e sem medo do perigo ou algo pior um estilista excêntrico. Porém diferente de 2006 que o outro personagem se adequava bem a proposta da destruição do mito cultural norte americano pós 11 de setembro e no caso foi extremamente “bem sucedido” em não só apenas fazer rir com cenas ultras constrangedoras, mas também de como foi fácil deflagrar essas problemáticas.

Em Brüno, o buraco já está muito mais embaixo. As criticas tem base encima de uma palavra: celebridade. No filme somos testemunhas de situações no quais, muitos críticos que conheço ficaram extremamente constrangidos do que viu, porém como não se constranger com a obsessão atual de se tornar uma celebridade? No filme, o personagem não poupa em chegar aos extremos para tentar ser o centro das atenções da mídia.

Muitos falam da superficialidade do filme, que no qual existia algumas situações que acreditamos que não é possível acontecer ou de uma pessoa cometer isso. Porém, parem para pensar e olhe no que acontece hoje ao nosso lado. Parece que a necessidade de ficar famoso em qualquer parte no mundo ou pelo menos estar em evidencia cada vez mais desgastante. E se parar para pensar, o que significa o BBB ou A Fazenda? Por muitas vezes soa muito mais fácil criticar um extravagante do que os criadores desse tipo de reality show e que muitos assistem, dá ibope e principalmente, se torna um vinculo social entre as massas.

Pior, é ver pessoas que acreditam que fizeram algo de cultural ou sei lá o que infestando os programas de TV onde só passa futilidades, como exemplo, os programas de fofocas onde diz detalhadamente onde cada sub-celebridade está comendo um biscoito na praça tal com seu cachorrinho no colo. Em Brüno, Sacha Baron Cohen não tem limites para deixar de criticar, em muitos momentos para muitos podem achar deplorável, mas ele consegue criar momentos de genialidade fazendo uma amostra do que acontece em todo o santo dia e que por sorte, a sensatez bate e desligamos a TV.

A meu ver, o único defeito do filme fica visivelmente em sua estrutura. Quando realmente time que se ganha não se mexe, o filme leva ao pé da letra, mas tão ao pé da letra que a estrutura de filme é idêntica a Borat, desde um desenvolvimento breve, mas eficaz do personagem chave e outros momentos. Porém pode até ser relevado tranquilamente já que a proposta do falso desmascarar a realidade é o que mais importa e o mais importante... É o que mais choca.

Brüno está longe de ser tão incrível quanto foi Borat. Isso é um fato inevitável, porém voltamos a ver a versatilidade e a dedicação de Sacha Baron Cohen como um ator que sabe muito bem incorporar personagens a fundo, que facilmente confundimos o criador da criatura. Não chega ser a melhor comédia do ano, já que temos exemplos notáveis, mas é mais uma vez, uma comédia extremamente acida, sem pudor e sem limites que mostra o quanto a busca de ser algo notável pode conter a ausência de pudor e de limite.


Ficha Tecnica
Brüno
Diretor: Larry Charles
Elenco: Sacha Baron Cohen e outros
Gênero: Comédia/Documentário
Cotação: 80%

Comentários

  1. Como você disse, não é melhor que Borat, mas consegue mostrar toda a versatilidade de Sacha. Mesmo em alguns momentos eu achando que o filme pega um puco pesado em certos assuntos, mas ele está aí realmente para isso, chocar

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  2. Eu achei muito bom, até superior a Borat, no quesito "faça dar risada". Mas isso, claro, é meu gosto pessoal.

    Abs!

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  3. É hilário. E Cohen é 10. Mas ás vezes é de muito mal gosto e pega muito pesado. Em outras, é incisivo.

    70%

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  4. Nem vi, mas por tudo que li já deu pra perceber que não é do feitio. Quem curte esse tipo de humor deve se esbaldar com o despudor de Sacha.

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  5. Pela sua crítica, não temos o que esperar de Bruno além de um filme nivelado ao filme Borat. Uma pena, mas eu já esperava isso.

    Deve ser hilário.

    Abraços.
    Se der, passe no cinemótica!

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