Para aqueles que estão atentos no mundo
das produtoras hoje, poucas conseguem criar um fascínio bem interessante que é
a Blumhouse. Nesse ano já começa literalmente com o pé direito. Get Out, a
estreia de Jordan Peele como diretor consegue o incrível feito de ser uma das
melhores estreias de atores que viraram diretores, ser indicado ao Oscar e
ainda o mesmo Peele ser indicado como produtor, diretor e roteirista.
Adicionando o fato do mesmo Blum ser indicado ao Oscar dentro de um gênero que
ele trabalhou durante os últimos anos: o terror. (Caso lembrar que Whiplash
também é uma produção da Blumhouse). Além do fato de revitalizar a carreira de
M. Night Shyamalan abrindo portas para uma das continuações mais esperadas por
muito tempo: o terceiro capítulo da saga de Corpo Fechado.
Entretanto essas vitórias vem depois de um
dos maiores fracassos da produtora e principalmente de como essa derrota
reflete por que essa produtora consegue a cada ano chamar mais a atenção: a
adaptação fracassada de Jem e As Hologramas. Dirigido por Jon M. Chu,
responsável pelos documentários de Justin Bieber quando ele estava no auge e
também da adaptação de Comandos em Ação: Retaliação, traz um olhar diferenciado
ao desenho dos anos 80.
Jerrica vive junto com sua tia e suas irmãs
e por enquanto vive uma vida tranquila. Além de sentir saudades do seu falecido
pai. Quando a hipoteca da casa vem a tona, as meninas tentam fazer um clipe
musical para tentar o sucesso, porém o pulso de Jerrica dá mais alto e com o
codinome de Jem, consegue o estrelato pelo Youtube ao ponto de conseguir uma
gravadora. Além de levar as irmãs para se aventurar
em Los Angeles; Jem leva Sinergy, o robô criado pelo falecido pai. Mas ao
momento que ela pisa na grande cidade, o robô se ativa e começa uma jornada
para Jem além de um tesouro perdido do seu pai e principalmente para si mesma.
Um fato inegável desse filme é esse: ele é
fraco. O modo como acontece tudo na trama é tão simples que por muitas vezes,
parece aqueles filmes musicais da Disney sendo que de uma maneira bem piorada.
E mesmo com Molly Ringwald e Juliette Lewis na trama, o resto do filme não
acompanha como deveria ser. Além claro da negatividade que veio da internet na
época de fazer uma adaptação totalmente diferente ao original.
Mas mesmo assim, existem pontos
interessantes na trama que valem a pena ser comentados. O primeiro e o mais
importante: o poder da internet. Em muitos pontos, o filme sempre reforça o
poder que as redes sociais e os vídeos virais entram na vida de muitos. Assim
como na trama, por um vídeo viral faz explodir a personagem principal para a
fama. Ainda o diretor consegue fazer algo bem interessante que pode gerar um
resultado diferente: em algumas cenas específicas, ao invés de utilizar aquela
música pop como montagem do que acontece, como qualquer filme musical, existe
uma intercalação entre o que acontece na tela com vídeos musicais do youtube.
Dando como um exemplo, existe uma cena entre Jem e a produtora que toda a
conversa é por um chat de gmail junto com um duelo de dois bateristas
aumentando a tensão no que acontece em cena.
Se pode criar um interessante paralelismo
entre Jem e As Hologramas e Whiplash em relação de como a música motiva os
personagens principais. Tanto no caso de Whiplash quanto Jem, os dois
personagens sabem o quanto a música não somente é aquela válvula de escape, mas
também um meio de afirmação para algo melhor, no caso de Jem de salvar a casa
da família, e Whiplash, de Andrew salvar a si mesmo e não ter uma vida
“medíocre” que da família deseja.
Jem E As Hologramas é uma adaptação
esquecível. Um filme que será um grande milagre se lembrar do que acontece
durante a trama inteira depois de horas. Mas ao mesmo tempo, diante do maior
fracasso da Blumhouse, Jason Blum sempre deu entrevistas interessantes e lembra
para aqueles que amam cinema que a partir do momento que produz um projeto,
sempre vais carregar riscos. Riscos que em momentos parece que não dão retorno
e outros que quando menos espera, vem uma recompensa inestimável. Até no seu
maior fracasso, a Blumhouse demonstra a sua genialidade em apenas uma palavra:
arriscar. E hoje e mais do que nunca, os riscos levaram ao prêmio máximo do
cinema.
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