Liga da Justiça - The Joss Whedon's Cut

Os questionamentos do heroísmo por muitas vezes não passa no cinema com frequência como deveria ser. Ter esse momento pequeno, frágil e até vulnerável do herói no cinema de hoje é quase um luxo ou até mesmo algo que é extremamente mal tratado. O universo cinematográfico da DC por um lado carrega essa questão da figura do heroísmo nos seus filmes. Entretanto, trazer esse conceito em realidade é bastante difícil. A rapidez de tentar criar esse universo com um planejamento tardio e principalmente a (insensível) visão de determinados autores ao tema. Isso começou a mudar literalmente com Patty Jenkins e a bem sucedida Mulher Maravilha. Claro que Liga da Justiça foi filmada quase ao mesmo tempo que o filme da heroína e ao mesmo tempo representa o passo definitivo da DC nos cinemas. Entretanto com os problemas pessoais de Zack Snyder no começo do ano e a chegada de Joss Whedon para dar alguns toques finais transformam o projeto de sonho de décadas em um filme estranho.


Como muitos sabem (caso não assistiram Batman vs Superman ou Esquadrão Suicida), Superman morreu. O mundo entra em uma profunda crise de desesperança e medo. Com isso em mente, Batman e Mulher Maravilha começam a recrutar outros heróis para lutar contra O Lobo de Estepe, o comandante de Darksied que deseja as caixas mãe para destruir tudo que existe na terra. E a Liga da Justiça fará de tudo para lutar contra esse mal.


É estranho por que se nota que após um longo tempo e desde seu surgimento, na sua primeira cena, o filme consegue com brilhantismo lembrar o que é o heroísmo ao espectador. Não precisou de uma cena espetacular, e sim de um simples gesto que nos faz lembrar por que se admira esses heróis. Além disso, o roteiro de Chris Terrio deixa de lado em construir um vilão para tentar focalizar nos efeitos do heroísmo nos dias de hoje. Não somente isso acontece na primeira cena, em vários momentos da trama, que vão desde imagens, frases e motivações.


Outro ponto fundamental é construir um cast que tenha uma química muito forte entre si e isso acontece de uma maneira primorosa. A trilha sonora de Danny Elfman é uma classe de como podes trabalhar as músicas clássicas do seu personagem mas sem extrapolar ou apelar todo o tempo ao tema integral. Ao menos por ser um filme curto em relação aos outros filmes de super herói no mercado, as cenas de ação são efetivas e tentam ao menos justificar o slow motion em muitas vezes quando existe a presença de Flash.

Não é a bomba que todos dizem, mas ao mesmo tempo é um projeto que merece glórias. A Liga da Justiça é um filme sólido e por muitas vezes direto para o espectador. Cheio de ação e até um humor sem apelar para piadas sem graças, Liga da Justiça cumpre o seu papel e isso já é muito. Claro que ao final de tudo, se fica a pergunta se vimos o corte de Whedon … onde estará o corte de Snyder?

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