Kingsman - O Círculo Dourado

Nessa década, os filmes de espiões tomaram tons mais sérios do que se imaginava. O tom da ação que foi gerada pela aventuras de Jason Bourne e também a volta do tom sério de James Bond supostamente enterraram aquelas aventuras fantasiosas que muitos cresceram e tiveram aprecio em relação aos filmes de espiões. Até a chegada de Kingsman - Serviço Secreto de Matthew Vaughn. O tom de megalomania nas cenas de ação e o resgate ao absurdo dos filmes de James Bond dos anos 70 deram um gás único a produção e com o anúncio do segundo, O Circulo Dourado, poderia dizer que o filme perdeu sua mão já que de todos os filmes que dirigiu, é o único com médias de críticas abaixo do esperado. Por sorte, quando se compreende bem a filmografia de James Bond e afins, consegue encontrar um brilho maravilhoso em Kingsman que o mesmo Bond não conseguiu nos anos 70 com a sua aventura mais megalomaníaca.

Um tempo se passou da última grande aventura do jovem Eggsy. Consolidado na agencia Kingsman junto com Merlin e Roxy. Além de seguir com sua relação com a Princesa Tilde do primeiro filme. Mas um ataque inesperado de um ex-rival de Eggsy e da organização O Círculo Dourado, a agência Kingsman é dizimada apenas sobrevivendo Eggsy e Merlin. Sem para onde ir, eles vão contar com seus “primos” americanos, a agencia Statesman e juntos tentarão destruir O Circulo Dourado, liderada pela megalomaníaca Poppy.

Vaughn faz aqui sua primeira continuação direta de uma obra que dirigiu e por incrivel que pareça, mesmo cometendo deslizes de continuações, se reflete que ele é imaginativo nas cenas de ação. Ele entende como poucos a essência de uma ótima adaptação de quadrinhos e ainda mais, traz de volta essa magia dos filmes de espionagem onde realmente tudo parece uma fantasia, ou como se pode dizer literalmente: de um quadrinho tomando vida.

O carisma de Taron Egerton mais uma vez volta a brilhar em um cast bastante forte. A volta de Colin Firth traz os momentos mais engraçados do filme e também o mais emocionante. Mas nada se compara ao brilho da única Julianne Moore. Poucas atrizes no mundo entendem o que é fazer cinema como Moore. Quando é um filme mais íntimo, ela brilha e quando é um blockbuster, ela brinca de uma maneira tão maravilhosa que talvez aqui esteja seu papel mais divertido de sua carreira.

Se o primeiro Kingsman se comporta como O Espião Que Me Amava, O Círculo Dourado é o Moonraker dessa geração. Exagerado no seu estilo, mas tudo no simples propósito de transformar isso em pura diversão. A continuação mantém a aura especial do primeiro e brinca mais ainda com os gêneros e clichês. Apesar de Moonraker ser o pior filme de James Bond ao lado de Um Novo Dia Para Morrer, O Círculo Dourado toma todos os elementos de Moonraker e faz o que original não conseguiu ser … Um filmaço.


Comentários