É interessante que a geração atual
que goste de cinema tem como uma unanimidade em comum: a cólera de fazer
remakes. Por um lado é mais do que justo perceber a necessidade de ver algo
novo dentro do cinema e estar preso a convenções de mercado como são uma boa
parte dos remakes atuais. Entretanto filmes como The Love Witch e The Void
fazem algo que muitos deveriam prestar bem a atenção de verdade: Utilizar o
passado para contar algo diferente.
The Love Witch tem como ponto de
partida a busca de uma nova vida para a bruxa Elaine. A jovem bruxa vai para
uma cidade pequena com um objetivo em mente que é um novo amor. Entretanto, a
cada tentativa de amor, algo estranho começa acontecer nessa cidade. Enquanto
The Void conta a história de um policial que leva um rapaz com ataque de pânico
a um hospital que vai ser fechado para reformas porém a noite se transforma em
um pesadelo quando o local é cercado por pessoas com capuzes e por um mal
inexplicavel.
Os dois filmes não negam por um lado
suas influencias. Por muitas vezes se pode imaginar que eles quiseram emular esteticas
ou referencias classicas em seus projetos, mas passam longe disso. No caso de
The Love Witch brilha pela direção de arte impecavel, uma fotografia que preza
a beleza que vem dos filmes dos anos 60 e principalmente dos giallos de Mario
Bava. Além disso, a história consegue ter tantos cliches mas por ser uma
proposta bem interessante e direta ao ponto, transforma até os dialogos mais
bobos em uma expressão de arte mais do que valida.
Em The Void, existe uma carta de
amor declarada não somente aos filmes de John Carpenter. Mas também ao apice do
Body Horror dos anos 80. Quando o filme começa a descender ao inferno, a beleza
da tensão e do medo do desconhecido floram ao ponto em que tudo aquilo vira
arte. Além disso, o uso dos efeitos de animatronics, efeitos especiais práticos
e maquiagem fazem que tudo seja admiravel ao ponto de só dar nota alta pela
praticidade em seus aspectos tecnicos.
Tanto The Void quanto The Love Witch
conseguem atingir os seus devidos propositos com artificios simples: contar uma
história a moda “antiga” e ser bem sucedido com isso. The Love Witch se
transforma em uma carta ao cinema e ao mesmo tempo uma grande oportunidade de
debater sobre a guerra dos sexos nos dias de hoje. Enquanto The Void é ao mesmo
tempo uma carta de amor ao body horror e um exercicio de tensão e mistério do
começo ao fim. Mesmo com os finais de ambos os filmes trazem algumas perguntas
e teorias, só o fato de ter essas sementes nas mentes do espectador já se
transforma em experiencias inesqueciveis.
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