Sete Homens e Um Destino (remake)

Sete Homens e Um Destino de Antonie Fuqua conseguiu o feito mais difícil em comparação a outros projetos de remakes que é criar sua identidade própria mas ao mesmo sem deixar de seguir a história básica do original: Uma cidade pequena de fazendeiros são ameaçados por um tirano chamado Bogue (Peter Sarsgaard) que quer suas terras e que colocam um prazo de 3 semanas para tomar a mesma. O desespero da população liderado por Emma Cullen (Haley Bennett) fez com que encontrem Chisolm (Denzel Washington), um caçador de recompensas. Os fazendeiros fazem a proposta de que Chisolm monte um grupo para salvar a pequena cidade do tirano. Com ele vem Josh Faraday (Chris Pratt), Boa Noite Robicheaux (Ethan Hawke), Billy Rocks (Byung-hun Lee), Jack Horne (Vincent D'Onofrio), Vasquez (Manuel Garcia-Rulfo) e Red Harvester (Martin Sensmeier). 

É um tipo de projeto que poderia iniciar o debate sobre a problemática dos remakes. De como e somente hoje é possível debater esse tipo de "câncer" que acontece no cinema atual. Entretanto, o próprio filme original, Sete Homens e Um Destino de 1960, também pode ser considerado um remake já que é baseado na obra máxima de Akira Kurosawa Os Sete Samurais. Claro que esse tipo de projeto faz questionar ainda mais os fundamentos do remake, tópico que somente está ganhando força nos dias de hoje. 

O roteiro de Richard Wenk e Nic Pizzolatto segue parcialmente a risca da obra original, entretanto dá mais espaço para a criação da tensão original (de como a cidade pequena é sitiada pelo vilão) e desenvolvimento dos personagens (característica que bizarramente, o remake superou o original). Entretanto, a tentativa de criação de romance no meio da trama deixa ao espectador um tremendo gosto amargo.  

Denzel Washington desde sua primeira cena até sua ultima consolida o status de astro. Sua presença em tela consegue fazer desaparecer qualquer tipo de erro que o filme pode cometer nas mãos do seu diretor e com seu status de astro, carrega o filme nas costas. Além disso, também consolida de vez esse mesmo status para Chris Pratt. O carisma do ator é inegável do inicio ao fim e que também não deixa de colocar seu lado cômico quando a trama pede. Outros destaques vão para Peter Sarsgaard como o vilão BogueHaley Bennett como Emma e Vincent D'Onofrio como Jack Horne. A presença de D'Onofrio é tão forte em tela que é impossível não sentir uma conexão com seu personagem.  

O ponto negativo da trama está em um simples nome: Antonie Fuqua. É meio complicado reconhecer isso, mas o diretor sabe criar uma cena de ação inegável. Ele sabe trabalhar a tensão que a trama pede ao espectador. Entretanto a falta de sutileza para o gênero faroeste é gritante. O clímax final é uma grande prova disso. Em muitos momentos se arrasta de uma maneira que é impossível não sentir cansaço. Fora isso, a questão técnica do filme é de um primor espetacular e a trilha póstuma de James Horner junto com Simon Franglen, grande colaborador de Horner no departamento musical. 

Ao fim de tudo, Sete Homens e Um Destino como filme é um filme que diverte. Tem grandes momentos e admiráveis atuações para esse tipo de projeto. Entretanto como remake, se enquadra naqueles que não desrespeitam o original mas também tão pouco não é aquela tragédia anunciada. E ainda como faroeste, passa longe do brilhantismo do gênero. Ao menos fez algo que esse ano o cinema está devendo: uma sequencia memorável de ação.  


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