Aviso: O texto a seguir contem spoilers sobre Relatos Selvagens de Damián Szifrón e o jogo Hotline Miami 2: Wrong Number.
Após o primeiro conto terminar de uma maneira extremadamente genial, começa os créditos. A musica de Gustavo Santaolalla carrega um tom melancólico, porém empolgante dá melodia as fotos de animais que passam durante os créditos. Outro fato que também é necessário notar que cada animal que é associado ao ator especifico e isso incluem os realizadores do filme. Acreditem, nesses créditos de um minuto e meio escondem a maior genialidade do cinema atual.
"Você está vendo isso?
Consegue ver meu rosto?
Essa é a minha verdadeira natureza!
Você não está vendo? Eu sou assim!
Todos nós somos assim.
Somos animais!
Não podemos negar!
Somos um bando de animais malditos!
Eles nos mandam para abater
Ou sermos abatidos
E aqui ficamos sentados até eles nos dizerem
O que fazer e como fazer!
Não temos vontade própria.
Apenas obediência irracional!
Nem sequer sabemos por que razão estamos lutando não é?
Apenas sabemos que, lá no fundo ... Nós gostamos disso.
Destruição e violencia ...
Fazem parte da nossa natureza.
Com a menor sombra de dúvida, Relatos
Selvagens de Damian Szifron alcançou um publico tremendo. Sucesso de critica
fora da Argentina e dentro, uma dos maiores públicos para um filme nacional.
Ainda com um plus, mesmo a um ano do seu lançamento, continua sendo uma das 5
maiores bilheterias do ano. Muitos tomam isso pela visibilidade de ser uma
superprodução e pela produção de Pedro Almodóvar por trás, caso não conhecer o
tremendo trabalho de Szifron na TV com Os Simuladores e no cinema com Tempo de
Valentes e O Fundo Do Mar. Mas a verdadeira genialidade do filme passa de uma
sutileza tão interessante que nasce de uma pergunta mais banal de todo o
cinema: Vocês prestaram realmente atenção aos créditos iniciais?
Após o primeiro conto terminar de uma maneira extremadamente genial, começa os créditos. A musica de Gustavo Santaolalla carrega um tom melancólico, porém empolgante dá melodia as fotos de animais que passam durante os créditos. Outro fato que também é necessário notar que cada animal que é associado ao ator especifico e isso incluem os realizadores do filme. Acreditem, nesses créditos de um minuto e meio escondem a maior genialidade do cinema atual.
Ao termino do filme, vendo todos os
relatos e suas causas-consequências voltamos ao ponto de partida, a necessidade
de ligação entre os contos e os animais.
Será citado apenas um por motivos de criar um interesse no leitor de buscar as
outras associações. Dando ponto de partida, o caso do personagem de Ricardo
Darin que no episódio no qual é protagonista, se chama Bombita. O personagem é
um engenheiro de demolição bem sucedido que tem o seu carro guinchado pela
prefeitura por estacionar de uma maneira irregular. Mesmo com argumentos
convincentes e coerentes, não muda o fato de pagar a multa. Desse ponto começa
uma espiral que o personagem perde tudo pela injustiça. Após isso, em um
instinto "selvagem", decide vingar de uma maneira que ele só poderia
criar.
Ao fim do conto, se nota que o
personagem se torna um tipo de herói por combater uma injustiça. Ao ponto do
mesmo ser um motivo de debate para que todas suas ações sejam levados a cabo em
outras instituições que a sociedade o considera injusta ou corrupta. O
interessante para levar em consideração é que o animal que representa o
Bombita/Darin é águia. Para muitos, a águia é sinal de justiça, respeito e
integridade. O personagem dele representa essa simbologia do respeito e fazer o
que é certo. Se torna bem interessante a proposta de Damian de ter mais em
conta dos animais serem relacionados de uma maneira direta (quando se
compreende) ao personagem. Também implicaria com a questão dos realizadores.
Exemplo disso: Os personagens secundários no filme não são representados com um
animal especifico, e sim por manadas de animais. Outro exemplo fica na figura
dos produtores do filme como leões, assim provando que eles além de serem reis
da selva, também são os reis do filme e por ultimo, do próprio diretor que
escolheu ser um bem particular: Uma raposa. Uma raposa que demonstra esperteza,
destreza e efetiva na sua execução.
Se torna interessante ter um paralelo
interessante entre a obra prima de Szifron e o aclamado sucesso gamer indie
chamado Hotline Miami. Criado pela Dennaton Games, uma produtora sueca, bebe da
inspiração de Cocaine Cowboys e Drive. Tem como ponto de partida nos anos
oitenta e conta a trama de um jovem chamado "Jacket" que começa a
receber chamadas telefônicas misteriosas que em realidade são induções para
matar criminosos. O aspecto mais curioso é que o personagem principal recebe
máscaras para matar esses criminosos. Mascaras que por exemplo dão determinadas
habilidades.
O jogo com sua atmosfera vibrante e
uma violência desmedida se transformou em um clássico atual dos jogos com todos
os elementos charmosos como a alta dificuldade, uma trilha sonora impecável que
funciona de uma maneira impar dentro e fora do jogo e claro uma frase perfeita:
Você gosta de machucar os outros? Assim como muitos jogos/livros/filmes, ganhou
uma sequencia lançada no inicio desse ano chamado Hotline Miami 2: Wrong Number
(Hotline Miami 2: Numero Errado). Na sequência é toda baseada nas consequências
dos atos do primeiro jogo. Em paralelo a isso, também explica em um tipo de
missões prenuncia para o primeiro jogo ter esse tom.
"Você está vendo isso?
Consegue ver meu rosto?
Essa é a minha verdadeira natureza!
Você não está vendo? Eu sou assim!
Todos nós somos assim.
Somos animais!
Não podemos negar!
Somos um bando de animais malditos!
Eles nos mandam para abater
Ou sermos abatidos
E aqui ficamos sentados até eles nos dizerem
O que fazer e como fazer!
Não temos vontade própria.
Apenas obediência irracional!
Nem sequer sabemos por que razão estamos lutando não é?
Apenas sabemos que, lá no fundo ... Nós gostamos disso.
Destruição e violencia ...
Fazem parte da nossa natureza.
Durante a missão 15 do segundo jogo
chamado Casualites, o personagem O Coronel chega ao esquadrão ébrio e com a
pele da cabeça do tigre na cabeça. Afirmando em palavras "perversas"
que estamos diante da verdadeira natureza humana. Que o homem tem que caçar ou
ser caçado. Obvio que inicialmente, se sente que são palavras profanadas ao
vento e sem consequências. Entretanto, quando se para e reflete sobre essa
temática, não se pode negar que o homem é um animal e essa natureza violenta
por mais negativo que se sente, é uma condição que vive no mais profundo de si
mesmo. Com isso, dentro da proposta do jogo, se torna admirável ter as máscaras
de animais conduzindo o personagem/jogador a questionar sua verdadeira
natureza. Ver Richard, o galo falando aos personagens do jogo do por que fazem
isso, faz lembrar de uma maneira suave o significado do galo: O despertar.
Em Relatos Selvagens, esses animais
mascarados de gente apenas esperaram seu despertar. O seu confronto com a
realidade. Ao mesmo tempo, outros já sabiam de sua natureza e foram até o fim
com suas características. Soa perverso semear que o homem é irracional e que
tudo que faz, atua e sente em realidade são instintos. Mas como um argumento
que sempre carregou um fundo de verdade ... O homem é o animal mais perigoso do
mundo. Por que esse animal tem consciência e tem noção do que faz. Me diga ser
humano ... DO YOU LIKE HURTING OTHER PEOPLE?
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