Vamos para a primeira resenha de
fevereiro. Vamos incluir claro, cinema e
jogos. Espero que gostem.
Uma Aventura Lego – Enquanto a Dreamworks e
a Pixar entregam mais uma vez filmes que crescem a desilusão ao seus últimos
projetos. O que tinha mais a cara de ser uma bomba catastrófica se transformou
em uma das melhores surpresas dos últimos anos. A marca Lego cresceu de uma
maneira exponencial graças aos últimos jogos sempre fazendo um spin off engraçados de filmes como Star Wars, Harry Potter e Batman. E sua adaptação ao
cinema se torna até um alivio para aqueles que esperavam não somente uma
animação que encha os olhos, mas também os corações do espectadores.
Emmet (voz de Chris Pratt, anotem esse nome
durante o ano) é um boneco a mais na multidão e após cair em uma misteriosa
fenda, descobre que é o escolhido de uma profecia que vai salvar o Universo
Lego das ambições de Presidente Negócios (Will Farrell). Emmet vai
descobrir em seu caminho personagens particulares como Vitruvius (Morgan
Freeman), O cara do espaço dos anos 80 (Charlie Day), Unikitty (Alisson Bree),
Metal Beard (Nick Offerman), Lucy Wyldstyle (Elizabeth Banks) e do próprio Batman
(Will Arnett). Além claro de lutar contra o presidente Negocios, também vai
cruzar seu caminho o perigoso Bad Cop (Lian Nessom).
O humor nonsense dos diretores Phil Lord e Chris Miller, responsáveis por obras hilárias como Tá Chovendo Hamburger e
a adaptação ao cinema de Anjos da Lei, é muito mais do que adequado. Se encaixa
de uma maneira espetacular ao que já se via nos jogos com o famoso “humor
lego”. Além claro de uma trilha sonora maravilhosa e um colorido que enche os
olhos a cada momento. Ao final de tudo, é uma história tão pura que muitas
vezes se torna mais emocionante ver com pessoas que nos ajudaram ao longo da
vida ou que geramos para que nunca se esqueça o quanto é incrível construir
sonhos e muito mais.
Giorgio Moroder Apresenta Metropolis de
Fritz Lang. – Parem e imagine isso. Hoje está se tornando quase uma pratica
comum e quiçá abominável de sempre ver inúmeros cortes para demonstrar uma
visão do projeto ao mundo. Se lembra de casos como do filme Snowpierce no qual
os irmãos Weinstein tentam lançar um novo corte ao público para uma compreensão
mais simples ou até mesmo de filmes que de uma maneira involuntária fazem uma
visão mais simples, no caso de Efeito Borboleta transcrever ao cinema a teoria
mais simplista e paupérrima de Donnie Darko de Richard Kelly.
Giorgio Moroder, no auge dos anos 80 e em
homenagem ao maior clássico do cinema alemão Metropolis, produz um novo corte
para o filme de Lang. Ao invés de ser em preto e branco, de uma maneira ...
“colorida”, com uma trilha sonora vibrante que vai de Bonnie Tyler até Freddy
Mercury e quase uma hora menos a obra original, essa visão de Moroder ao
projeto é quase transformar a mais complexa ideia em algo simples,
transformando uma história de amor entre um nobre com uma moça da classe operaria.
Acho que até mesmo para aqueles que não
viram a obra original, sente ao longo do filme aquele desconforto monstruoso em
saber que falta muita coisa e que não ajuda em nada. Se torna até meio que
vergonhoso por um lado assistir, porém a sua trilha sonora, ai sim, é o único
acerto genuíno. Mas sem dúvida poderia ter sido uma versão melhor, sim se
tivesse o som integral. Parecia que Moroder além de ter percebido que o
sintetizador iria ser o som do futuro, também os cortes desnecessários para um
entendimento melhor também ...
Grand Theft Auto V – As expectativas para a
nova entrega da franquia foram altíssimas. Depois do sucesso explosivo do 4,
que ainda sem dúvida é um marco para o gênero sandbox e do seu ultimo DLC até o
quinto jogo foram quase ou mais de 3 anos. Dentro desse tempo, a Rockstar Games
entregou jogos como L.A. Noire, Red Dead Redemption e Max Payne 3 e que cada um
entregou novas e interessantes mecânicas de jogo e de máquina gráfica. O
resultado é um dos maiores jogos de 2013 que arrecadou bilhões e massacrando
mais uma vez a indústria hollywoodiana acrescentando ainda mais o debate de
como os jogos estão atraindo mais o espectador mediano em relação
custo-benefício-satisfação.
Talvez a única e a mais relevante mudança
desse novo jogo fica por conta de que ao invés de ser um simples personagem
principal, e sim um trio com cada um respectivas personalidades que se cruzam
para fazer golpes na versão de Los Angeles, Los Santos. E ainda mais, ganha
mais riqueza por que é uma crítica a sociedade americana vista pelos mesmos que
fazem parte desse mundo. Diferenciado do quarto jogo que era do ponto de vista
de um estrangeiro. No novo jogo, parece que eles abrem suas próprias feridas e
começam a cutucar até não poder mais.
Até ai tudo bem, tudo poderia até ser
justificável por todas essas mudanças se não fosse por um ponto extremamente
importante: infelizmente, GTA V não tem uma história. Assim como aconteceu com
GTA: San Andreas, o jogo contem mudanças extraordinárias, uma liberdade de
fazer o que quer de uma maneira espetacular, mas quando se pensa em uma
história, passa de longe. Talvez seja uma das piores histórias de GTA desde
quando a mesma franquia se estabeleceu o que ela é realmente nos dias de hoje. E
ainda para piorar, consegue deter um dos finais mais anticlímax que já foi
feito para a franquia, deixando o jogador realmente decepcionado com tudo que
aconteceu.
A Rockstar nesse jogo conseguiu o
fundamental, quebra de recordes e críticas altas. Porém, ao contrário dos seus
últimos jogos maravilhosos, encontramos realmente uma história incrivelmente
apática do início até o fim, com poucos personagens que consegues ter um
carinho definitivo e um desfecho que consegue ser pior do que o filme de ação
mais sem graça de todos os tempos. Mas as melhores referências cinematográficas
ainda estão ai, mas agora GTA é referência pop e até dentro do cinema, mas esse
último em questão de história, não vai longe. Mas sem dúvida é um jogo que te
vai consumir horas e não sentirás culpa.
Walt Disney nos Bastidores de Mary Poppins
de John Lee Hancock – Vamos começar com o óbvio, quem foi o responsável por
colocar um nome tão desastroso para esse filme? Acredito que muitas vezes é
possível alterar o nome do filme para que pelo menos se torne atrativo para aqueles
que estão querendo ver o filme. Ao contrário do Brasil, o país vizinho (e
provavelmente toda a América Latina) que optou por um nome mais atrativio e
mais uma vez, coerente a obra em si. O Sonho de Walt. O nome latino dá até o
tom e a vez sobre esse filme que funciona como um making of encenado por
grandes atores.
O filme começa no ponto de vista de P.L.
Travis (Emma Thompson) que em uma crise financeira, se cede de uma maneira bem
defensiva após de negar por 20 anos a adaptação de Mary Poppins no cinema pelo
Walt Disney (Tom Hanks). E durante o filme se vê o paralelo das travas com o
processo criativo do filme e ao mesmo tempo a lembrança do por que para a
autora tem um receio em especial pela adaptação pelas memórias de seu pai
(Colin Farrell). O interessante desse filme é que seu ritmo tenta sempre
emocionar ao espectador citando momentos chaves do filme de Mary Poppins
enquanto na parte da memória, o espectador é testemunha de uma das melhores
interpretações de Colin Farrell em toda sua carreira.
O interessante nesse formato de filme, é
que consegue pegar uma fase de um astro que é mito por muitos e transformar
eles em pessoas vulneráveis. Isso citando o exemplo maravilhoso de Sete Dias
com Marliyn com Michelle Williams. Se tinha a oportunidade de transformar a
lenda da Disney em um homem comum, se nota talvez em uma única simples cena do
filme que está bem no final e nada mais. Fora que a atuação de Hanks desse
filme está bem mais leve e divertida em comparação a sua densidade que foi em
Capitão Philips.
Emma Thompson e Colin Farrell esbanjam
talento e o que talvez conseguem segurar o filme do início ao fim com suas
interpretações maravilhosas e especialmente a Emma por protagonizar cenas
memoráveis como foi o processo da música da pipa e o final. O filme ao invés de
ser algo bem memorável sobre um momento mágico para o cinema, se tornou uma
sessão da tarde que em muitos momentos quer extrair lagrimas do espectador e
assim quebrar o gelo. Maniqueísta, talvez mas prefiro dizer um projeto tão sem
coragem quanto uma pipa mal feita que se arrebenta no céu.
Uma Aventura Lego - *****
Giorgio Moroder Apresenta Metropolis de Fritz Lang - **
Grand Theif Auto V - ***
Saving Mr Banks - ***
Não, por aqui saiu como "Walt nos bastidores de Mary Poppins", o que é lamentável. Mas, o filme também não faz jus a nada, deixa lá. rs. Concordo que Colin Farrell está ótimo, mas acho todas as cenas de Flashback lamentáveis, didáticas e forçando para fazer chorar.
ResponderExcluirQuanto a Uma Aventura Lego, gostei, me surpreendeu, principalmente pela camada do significado da infância e sua criatividade ligadas ao brinquedo.
abraços
É complicado falar sobre o filme Amanda por que tinha uma grande oportunidade nas mãos e bem ... eeh ... passa isso ... :(
ExcluirAbraços!