Guerra dos Mundos de Steven Spielberg

Guerra dos Mundos, livro escrito por H.G. Wells, no inicio do século passado utiliza um dos princípios mais deliciosos ou que pelo menos, o que todos nós, fãs da ficção cientifica adoramos: O questionamento fantástico para algo concreto que por muitas vezes assola ou assusta algo da sociedade. No livro de Wells saiu como uma critica ao imperialismo britânico que foi expansivo e quase catastrófico, resultando em revoltas e guerras.

Quando a primeira adaptação ao cinema saiu, na década de 50, era visivelmente notável a questão do medo do avanço socialista nos Estados Unidos. O filme também representa uma representação do temor norte americano (ou podemos dizer capitalista) aos estilos ou a ideologia comunista que aos olhos deles, estragava a “liberdade”. Em 2005, saiu a nova adaptação (ou remake para alguns leigos) do livro de H.G. Wells, sendo que na visão de um dos diretores mais respeitados, Steven Spielberg.

A nova adaptação do livro tem como foco, um trabalhador chamado Ray Ferrier (Tom Cruise) que em um final de semana, irá cuidar de seus filhos Rachel (Dakota Fanning) e Robbie (Justin Chatwin). Porém horas depois, começa a brotar em sua vizinhança naves alienígenas e que começam em uma escala global a conquistar o mundo. Porém Ray tem outro plano, de levar os filhos de volta para a casa da mãe Mary Ann (Miranda Otto) com uma esperança de que estejam bem.

Uma das coisas que muitos comentam se baseia na questão da “falsa” proposta ou na “falsa” esperança do que iria ver. O pensamento por envolver Tom Cruise e de que ele iria lutar contra os monstros horríveis passou pela cabeça de muitos que foram ver o filme. Principalmente o publico jovem ou com pouca base cinematográfica, ou melhor, que nem sabiam ou tinham ouvido falar da obra original ou do filme original.

Um dos primeiros pontos geniais da trama de Spielberg se torna em focar totalmente no trio de personagens principais. O roteiro escrito por David Koepp não vai pelo caminho fácil ou pelo menos visível no qual entrar de corpo e mente sobre guerras, porém se baseia mais no foco humano da história ou tudo que foi idealizado em filmes de ficção talvez se caia por terra para dar um foco mais especial e mais profundo que qualquer tipo de tema: a questão humana.

Pode se considerar que o trio de personagens principais demonstra um tom mais simbólico demonstrando a representação de qualquer pessoa diante ao que não tem conhecimento. A fuga, o desespero, a preocupação em proteger o que mais importa (no caso do personagem de Cruise, os filhos), a falsa esperança de que sabe com quem está lidando (o personagem de Chatwin) e principalmente, o endeusamento deslumbrante do medo aos olhos de uma criança (a personagem de Fanning)

Existe também um fator que tem que se levar em conta que envolve a morte dos aliens. Talvez exista uma conexão ao final como uma representação da ocupação americana em alguns países do oriente médio durante a época de Bush. Com a destruição de todo onde passou e das mortes de inocentes para chegar ao final em um resultado falho e vergonhoso. Sem duvida uma representação interessante sobre a embriaguez de poder armamentista do governo Bush.

A única atuação que deixa atenuar é a de Justin Chatwin, infelizmente não consegue trazer um charme a um personagem que deveria ter um drama mais acentuado. Mas nada podemos reclamar das atuações de Cruise e Fanning. Uma dos fatos que é admirável desses dois são seus olhares a cada situação. As entregas dos dois atores são vitais para dar mais veracidade ao estudo de sentimentos que o filme proporciona.

Enquanto a parte técnica há uma redundância em dizer que tudo que se viu na tela é impecável. Mas o maior destaque que sem duvida merece ser falado é a fotografia de Janusz Kamisnki que em todos os momentos da fita, fascina pelo brilho do sol até o mais negro do ataque alienígena. Spielberg com uma condução clássica nos seduz de uma maneira brilhante em todos os momentos. Desde o primeiro ataque a belíssima cena da fabrica no final.

Guerra dos Mundos não é só apenas um filme de ficção cientifica que vemos a pura destruição recheadas de efeitos visuais. Não, Guerra dos Mundos não fala de heróis que lutam para um novo amanhecer ou tão pouco de vilões que querem apoderar do mundo. Guerra dos Mundos de Spielberg fala sobre uma das maiores guerras que sabemos que não vencemos: a guerra entre o homem e de como lidar com o desconhecido. Uma guerra que muitos pensam que sabem como lidar, mas em realidade, o que se vê em cena é o retrato fiel do que é um ser humano: O que não quer saber de como vencer o desconhecido, mas sim se sentir seguro contra algo que desconhece.

Ficha Técnica
Guerra dos Mundos (War of The Worlds)
Diretor: Steven Spielberg
Elenco: Tom Cruise, Dakota Fanning, Justin Chatwin, Miranda Otto, Tim Robbins e Morgan Freeman.
Gênero: Ficção Cientifica/Drama
Cotação: 100% - *****

Comentários

  1. Há quem tenha severas críticas contra o filme, e eu até entendo eles. Mas no fundo, considero 'Guerra dos Mundos' um dos maiores épicos de ficção-científica da atualidade. As cenas de ação são incríveis e o desenvolvimento da história é extremamente satisfatório!

    http://filme-do-dia.blogspot.com/

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  2. Oi,

    Gostei muito da postagem!!

    Abraços...

    Kleber

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  3. Já teve um tempo em que não encontrava mais ninguém que amasse esse filme. Foi um dos que vi no cinema sem saber nada -- nada!! -- antes, e foi uma experiência assombrosa. Spielberg sempre foi um dos meus diretores favoritos, sempre confiei na sua perícia, e aqui ele entrega algo arrebatador. Você disse bem: engana-se quem pensa que é um filme de superação no sentido homem contra invasores. O filme traz toda a tensão e horror possível, em sequências magistrais e poderosas, mas há um drama envolvente, palpável, daqueles em que Spielberg é imbatível em conduzir. Problema de quem não apreciou: eu acho uma obra-prima. 10/10

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  4. Perto de outros blockbusters de invasão alien esse é quase um 'filme de arte'. A humanidade reduzida à luta pela sobrevivência e um personagem se descobrindo o pai que nunca foi, bem em meio à aniquilação total.

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  5. Muito boa a critica, e eu adoro esse filme, apesar de muitos detestarem.

    http://cinelupinha.blogspot.com/

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  6. Pra ser bem sincera, eu não gosto muito desse filme, mas uma obra de Spielberg é sempre anos luz melhor que qualquer blockbuster mequetrefe!

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  7. É um bom filme, muito bem conduzido e com atuações convincentes, como você bem disse. Mas ainda acho essa relação entre o trio de personagens MUITO batida. A velha história de um pai ausente que irá se entender com seus filhos ao longo da trama por conta de um forte acontecimento. Ou a utilização de "filhos" para dar um sentido de luta ao personagem principal e "comover e engajar" um pouco mais o público com a causa, como já foi retratado em Armageddon ou Sinais, e mais recentemente Fim dos Tempos tentou usufruir também.

    Enfim, eu gosto do filme. Mas tá longe da perfeição.

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  8. Olha cara, tua crítica até me deixou curioso e gosto muito de Tom Cruise, mas tá aí um filme que tenho muita preguiça de ver hehehe

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  9. poise Alan, de bom aí so tem tom cruise mesmo, que eh um excelente ator e as vezes participa de bons filmes, na maioria das vezes na verdade, mas como todo ser humano ele tbm erra ne? a atuaçao dele eh otima nesse, mas a escolha do filme nao. mas tbm nao o culpo, pois eh excelente pro curriculo dele ter um blockbuster desse. mas ele merece coisa melhor que isso.
    tem certos filmes que nao deveriam ter remakes, esse é um deles.

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  10. Steven spielberg deveria honra o país q nasceu (Brasil) melhor na verdade tudo encenaçao desde o principio ate encontra Geoge Lucas que deu uma grande força a ele em holywood tudo por uma pista a encontra seu sobrinho desaparecido a irmã de geoge lucas q fez de tudo para encontrar seu filho na verdade foi traida por muitos sabiam ond estavam seu filho e uma chantagem ond muitos comeram as custa desta criança..doeu muito ao saber a verdade pq DEus ?

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