Cisne Negro

Cisne Negro ficará na cabeça de muitos cinéfilos por mais uma vez Darren Aronofsky elevar o nível cinematográfico diante de sua filmografia que já é poderosa, ganhar um status de perfeito. Não se pode em nenhum momento negar que o filme traz em cada minuto a busca da expressão mais linda do cinema, a arte pela arte. Porém, existe uma sensação estranha ao termino do filme, que talvez poucos tiveram essa percepção, mas os que sentiram, irão compreender o que se tem a dizer.

Na trama, Darren transfigura o espectador em uma testemunha na vida de Nina Sayers (Natalie Portman) que sempre tinha um desejo em sua vida: Protagonizar O Lago dos Cisnes. A oportunidade se torna concreta quando a bailarina Beth (Winona Ryder) sai da peça. Apesar de ter ganhado de bandeja pelo diretor Thomas (Vincent Cassel), ainda existe uma necessidade de que Nina se entregue ainda mais ao papel, e cada entrega ao personagem, acarreta uma transformação física e mental que não tem volta.

Pode parecer estranho, mas se acharam o roteiro de O Lutador de uma simplicidade impressionante, irá se surpreender com o que Cisne Negro pode oferecer. O filme existe uma densidade sufocante, mas não é inegável que existe uma “auto-sabotagem” do mesmo. Surpreende por ele tomar um caminho auto-explicativo que o deixa com um gosto estranho de que não havia uma necessidade de dizer tudo que acontece e deixar que o espectador ficasse com gosto da duvida na boca.

Mas mesmo assim, somos testemunhas do talento excepcional desse magnífico diretor. Assim como o trabalho anterior, é vivenciando o pesadelo da perfeição que encontramos a razão do por que estamos diante de um diretor único. Talvez o único defeito dele nesta odisséia extra-sensorial está na repetição de alguns estilos que ele criou. Talvez esteja errado, mas o que mais seduz é o fato de nunca conseguirmos descrever seu estilo e a cada filme dele, existe uma busca de novas sensações. Talvez seja a minha única dádiva de duvida sobre esse filme.

Cisne Negro é uma experiência sem igual. Talvez para muitos, o arrepio da pele ser extremamente levado a um novo nível. Ainda acredito que para muitos ainda será um filme a ser debatido ainda mais, mas não pela sua lineariedade, mas por seu impacto em deixar espectadores sem fôlego ao seu termino. Perfeito para muitos será... Estranho, também será... Eterno, está andando em passos firmes para ser...

Ficha Técnica
Cisne Negro (Black Swan)
Diretor: Darren Aronofsky
Elenco: Natalie Portman, Mila Kunis, Vicent Cassel, Barbara Hershey e Winona Ryder
Gênero: Drama/Suspense
Cotação: 85% - ****

Comentários

  1. Os dois cartazes que você postou, desse filme, me eram desconhecidos! Gostei deles! :)

    Então, "Cisne Negro" é meu filme favorito do Oscar 2011 até agora, faltando eu assistir a dois dos indicados. Acho a obra profundamente perturbadora e bem escrita, além de bem dirigida e atuada de forma soberba pela Natalie Portman! Merecia mais que um Oscar!

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  2. o melhor filme da safra do Oscar, a única obra-prima de 2010. Para mim o melhor filme do Aronofsky, o filme é completo em todas as suas parte e a Natalie está soberba.
    Abs.

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  3. Achei o filme incrível. A sutileza da cena introdutória, mostrando o sonho que Nina quer tanto realizar, causando essa busca da perfeição e que estrapola em seus limites, muito bem trabalhado. Natalie amazing! rsrs. ;)

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  4. Um filme tão denso, marcante e todo psicológico - com um simbolismo presente também - que se tornou um dos filmes de minha vida.

    Precisarei de muitas revisões, nem sei se consigo escrever sobre ele.

    Natalie Portman num momento TRANSFORMADOR de sua carreira, oscar merecido!

    Merecia oscar de filme e direção também!

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  5. O filme apresenta um dinamismo macabro tão insólito que chega até causar cefaleia. Ao aprofundar-se nesta obra ocorre uma espécie de transe, a trilha também ajuda e muito a reforçar o envolvimento com o filme, nos faz quase que sentir na pele os problemas de Nina. Uma garota tímida, insegura, supera seus limites em prol da perfeição. Vai ao fundo do poço. Como o autor da crítica escreveu, também tive uma sensação estranha no final, um pouco como o sorriso de Mona Lisa, se estava sorrindo ou não, se morre ou sobrevive ao ferimento. Inútil dizer isto, porém, é meu primeiro comentário em Blogger. O Site é muito bom.

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