Max Payne


Quem ainda sofre com o maior descaso de adaptação decente cinematográfica é com certeza os adeptos de videogames. Soa até constrangedor perguntar para um fã de videogames qual foi a obra que conseguiu adaptar bem um jogo ao cinema. Exemplos tenebrosos ainda rondam as nossas mentes como a franquia de Resident Evil, Street Fighter, Doom, os filmes de Uwe Boll e etc. Esse ano tinha-se a esperança que Max Payne fosse um filme que conseguisse pelo menos lavar a alma das adaptações. Por um lado funciona, por outro, um ledo engano.


Max Payne foi lançado em 2001 e fazia um misto de clima noir com o John Woo. Uma das marcas registradas do jogo era o famoso bullet time quase semelhante ao de Matrix, sendo que no jogo era um bullet time misturado com câmera lenta que possibilita ao jogador usufruir do recurso para matar mais inimigos ou fugir do tiroteio. O jogo tem quatro modalidades sendo especial o ultimo no qual tem que matar todos os inimigos em um período de tempo no qual, expirado, o personagem morria.


O enredo do jogo é mais batido do que filme policial: Max Payne era um policial bem realizado, mas que sofre um terrível pesadelo ao ver sua amada, Michelle e seu bebê sendo mortos na sua frente. Após isso, ele vai trabalhar na narcóticos para desmontar uma quadrilha que vende uma droga chamada Valquíria mas ele descobre que tem algo muito grande por trás disso e ainda para completar, deflagra uma terrível conspiração.


A versão live-action ficou encarregado por John Moore, o mesmo rapaz que fez O Vôo da Fênix e o remake frustrante de A Profecia. No elenco ficou assim: Mark Walhberg como Max Payne, Mila Kunis como Mona Sax, o rapper Ludacris como Det. Jim Bravura, Kate Burton como Nicole Horne e Olga Kurylenko como Natasha Sax, a irmã de Mona Sax. A grande pergunta que ronda qualquer um é: agora vai?


O maior problema foram alguns cortes abusivos transformando o filme para 13 anos. Todo mundo que tem conhecimento do jogo, a ultima coisa seria um filme para adolescente. Pois bem, o pesadelo teve sua concretização, já que ele foi um dos filmes que certificaram a péssima fase da Fox alastrando o cinema com filmes fracos e de bilheterias medianas. Além dessas mudanças abusivas... E o filme?


Pois bem, o roteiro do live action começa muito bem fazendo um resgate ao filmes noir dando uma incrível veia investigativa, mas de uma hora para outra, o tom de velocidade de roteiro fica tão rápido que chega ao seu ápice de um jeito tão vergonhoso que quem não conhece o jogo vai pensar: Será que o jogo tem isso? Mas pelo menos o roteiro valorizou a dor do personagem deixando intacto e ainda com aquelas narrações depressivas sobre o triste pesadelo em sua vida.


Mark Walhberg consegue encarnar com uma boa personalidade e o seu estimga de policial durão para Max Payne. Até o porte da voz consegue ser tão sombrio quanto o personagem. Mila Kunis apesar de bela, ela está praticamente horrível como Mona Sax ficando o tempo todo com os olhos arregalados e portando uma metranca. Fora o momento vergonhoso para Chris O’Donnel que além de ter pouco tempo em tela, está triste de ruim. Apenas Olga Kurylenko consegue, além do Mark, fazer uma personagem a seu perfil, de uma misteriosa femme fatale que dá um charme a trama.


A direção de John Moore é por muitas vezes é segura ao tratar muito bem situações do jogo como as bullets time, uma Nova York noir lembrando vagamente Sin City, transportar o publico aos delírios da droga Valquíria e só. Mas com o medo de não fazer um filme violento, entrega ao espectador um filme de ação morno, sem nenhuma novidade, falta de tato para o filme do gênero e principalmente uma direção pacifica para quem sabe que a ultima coisa que Max Payne é... Pacifico.


Max Payne consegue ser dúbio: ao mesmo tempo ele consegue ser muito mais fiel ao clima do jogo, manter alguns aspectos importantes como os monólogos de Max e o bullet time, mas fracassa e feio como uma fita de ação que foi feito para agradar uma parcela, menos os próprios fãs do jogo. E ainda para piorar, Mark Walhberg nunca jogou o jogo com medo de se viciar. Mas se ele tivesse jogado, ele saberia que faltou muita coisa para o filme ser equiparado ao jogo. Fãs de videogame ainda vão continuar nesse caminho tortuoso com o alimento da esperança de que algum jogo conseguirá captar tudo que o seu respectivo game poderá propor ao cinema.


Ficha Tecnica

Max Payne (Max Payne)

Diretor: John Moore

Elenco: Mark Walhberg, Mila Kinus, Ludracris, Beau Brigdes,Chris O'Donnel, Kate Burton, Donal Logue, Nelly Furtado, Amaury Nolasco, Marianthi Evans e Olga Kurylenko

Gênero: Policial

Cotação: 32% - Filme Mais ou Menos

Comentários

  1. Aguardo esse filme na telona com ansiedade. Sou fá do game.

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  2. É João... confesso que vc me deixou assustado. Mas nem tanto, pois depois de ver Mark no fundo do poço (como esteve em Fim dos Tempos), não espero mais nada dele...

    Abraços.

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  3. João, não conheço o videogame que deu origem a este filme, portanto minhas expectativas em relação à "Max Payne" são até bem baixas. Só não esperava ver esta cotação de "mais ou menos" por aqui!

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  4. Desde o início não estava muito confiante em relação a esse filme, mesmo com alguns ótimos cartazes divulgados. Verei em breve só para passar o tempo mesmo...

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  5. Então, se for mais ou menos já está bom...

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  6. Legal a imagem que figura o cabeçalho do seu blog, JP!

    E enquanto "Max Payne" eu até que espero por um bom longa de ação tamanho o orgulho de Walhberg por ter interpretado o personagem título. Mas as minhas expectativas estão na presença de Beau Brigdes e Chris O'Donnel, dois atores muito bons!

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  7. Poxa, eu gosto tanto do filme, e cada resenha sobre ele só me desanima...

    PS: Ressucitaram o Chris O´Donnel!!

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  8. Olha, depois de mais de 24 horas do comentário que eu percebi o que eu falei, eu quis dizer que eu gosto tanto do JOGO, rs...

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