Espelhos do Medo (Mirrors)

Credibilidade, confiança e principalmente esperanças de que um novo talento se consolide no cinema mundial como uma promessa de revolução de gênero ou pelo menos alguém com premissas originais. Pois bem, uma dessas esperanças no gênero do horror era o diretor Alexandre Aja. Um diretor de “talento” que demonstrou sua força no ultra violento Alta Tensão e conseguiu um “feito” no qual conseguiu transformar uma viagem familiar em um verdadeiro horror na releitura do cult The Hills Have Eyes. Somente nesses dois filmes conseguiu alimentar uma legião de fãs que viam nele a esperança do decadente mercado de horror. Pergunta lógica: Se fosse você, qual é o caminho mais seguro para a consolidação do sucesso? Se você respondeu uma obra original, está certo, mas parece que Aja esqueceu dessa aula.

Não dá para contar a história de Espelhos do Medo aqui pelo incrível fato de ser indescritível. Isso mesmo. A trama do remake coreano Into The Mirror é tão horrorosa que se torna difícil de acreditar, mesmo para quem viu o original ou não de tão falho e difícil de convencer. Ainda bem que o filme foi fracasso de bilheteria nos Estados Unidos e ainda veio coroado de criticas negativas justas e coerentes a esse longa. Motivos não faltaram.

2008 está quase acabando e será mais um ano para entrar no esquecimento para o gênero do horror americano. Foi tantos remakes que fica até difícil lembrar qual foi o ultimo exemplar de originalidade naquela terra, ou pelo menos um trabalho autoral. E ainda pior é quando o exemplar copiado de um filme oriental causando um bloqueio natural para quem só dependeu do remake acreditando que o original não pode tão catastrófico assim. E para os vacinados desse mal (assistido o original antes do seu remake) fica com uma sensação de descaso extremo com a obra deixando por muitas vezes confusa, hibrida e vazia.

Pior fica ainda para a Fox que conseguiu ser, e disparado, a empresa que mais lançou bombas de proporções astronômicas. Começou com Jumper, depois veio Shutter, O Grande Dave, Missão Babilônia, Arquivo X 2 – Eu Quero Acreditar, esse filme e Max Payne. Ainda fica mais constrangedor em saber que a Fox querendo chamar publico, faz cortes absurdos para deixar o filme que era R para 13 anos. Fato que começou em Duro de Matar 4.0, depois se alastrou em Hitman, Missão e Max Payne. Mais constrangedor para esse dois no qual Mathieu Kassovitz declarou que as mutilações dos produtores foram decisivos para deixar o filme uma porcaria e no segundo caso conseguiu transformar um jogo extremamente violento para 13 anos. Que vergonha FOX!

O roteiro do remake consegue deixar o espectador tão confuso que parece que o filme coloca aquilo e o espectador tem como opção de engolir aquilo, ou xingar o povo que fez um roteiro tão sem pé e nem cabeça. Kieffer Sutherland por incrível que pareça, é o único que fez o seu papel em tela mas ao mesmo tempo dá pena dele nesse longa. Se ele tivesse na trama do original, poderíamos dizer que iríamos ver um filmão, mas com diálogos cretinos e vergonhosos como esse: “Tenha cuidado com a água, ela cria reflexos” assim lembrando uma frase bizarra de Team America “Cairo, isso fica no Egito”.

Alexandre Aja endossa no que muitos desavisados amam: violência. Assim como Marshall em Doomsday, Aja faz aqui o seu “melhor” no qual é o susto seco mesmo sendo previsível até dizer chega e o uso demasiado de sangue nas mortes, o problema é que é aquelas que tenta chocar ficaram vazias que faz o momento de horror puro para os personagens mortos se tornar uma comedia involuntária. Nem as mortes do original são tão vergonhosas quanto desse filme.

Espelhos do Medo representa o ápice da mediocridade dos remakes americanos. Um filme apático, oco e pretensioso. Alexandre Aja praticamente joga a sua carreira na sarjeta em extrapolar e colocar coisas que além de espantar quem viu o original e aqueles que prezam um bom cinema de horror. Dá pena em saber que um diretor que tinha tudo para crescer no meio entrega momentos vexatórios e ainda vai fazer um novo remake. Antes era uma suposição, agora é uma certeza, Haute Tension se tornou um belo tiro no escuro e que Aja dificilmente irá acertar novamente. Vai ser até constrangedor recomendar o original após esse longa tenebroso de ruim.

Ficha Tecnica
Espelhos do Medo (Mirrors)
Direção: Alexandre Aja
Elenco: Kieffer Sutherland, Paula Patton, Amy Smart e Jason Flemyng
Gênero: Horror
Cotação: 15% - Filme Fuleragem

Comentários

  1. Não entenda mal, mas esse tipo de filme (leia-se remake) tem que se dar mal mesmo. De qualquer forma, não assisto tão cedo.

    Abraço!

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  2. Ainda quero ver o original "Espelho", que deve ser fodão (É coreano, tem um ponto a mais para ser bom).
    Mas quero ver esse remake mesmo assim. Mesmo que para esculhambar depois.

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  3. Sempre evito os remakes, porque na maioria das vezes (ou na totalidade) são inferiores aos originais - vide O grito, The Eyes, etc...

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  4. Bem que imaginei que esse filme não era grande coisa mesmo, mas ainda assim quero conferir para ter uma opinião mais concreta. E pelo jeito o Alexandre Aja decepcionou com esse "Mirrors"...

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  5. Tenho medo! Do remake e de Jack Bauer tentando não ser Jack Bauer!

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  6. Ahhhhh Johnny! Entendi o que vc quis dizer no seu comentário no Cinefilando. Péssimo né? Eu fiquei com mais medo da direção que dos espíritos...hahahaha.

    Abraços.

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  7. Nossa! Que nota hein?! Ainda bem que eu passei longe desse! Hehe...

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  8. Aja decepcionando...o que está havendo em Hollywood!?!?!? O filme dá medo por todos os sentidos errados.

    Ciao!

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  9. O Alexandre Aja estava tentando trazer de volta um cinema terror mais clássico e agora me vem com esse Espelhos do Medo com o Jack Bauer no elenco. Honestamente, não vale a minha entrada no cinema, não. Sequer uma locação em DVD. Tem outras coisas melhores na minha fila de espera.

    Mídia? Cultura? Acesse:
    http://robertoqueiroz.wordpress.com

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  10. Gosto muito do trabalho que o Aja fez em The Hill Have Eyes e não assisti a Alta Tensão, mas a depender dos comentários a esse filme, parece se tratar de mais um remake fulero que Hollywoody adora promover. E se esse remake é de um suspense oriental a coisa fica mais feia ainda.

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  11. Apesar de não conhecer o trabalho de Aja, todo material promocional desse filme aí não inspira a mínima confiança. Aposto que é bem ruim mesmo.
    Quanto à amenização de certas produções, almejando um público mais amplo, se esquecem os engravatados que o público não irá assistir a algo obviamente desvirtuado. Não é preciso meter a faca na natureza violenta/dark do material para se ter um sucesso em mãos, como DARK KNIGHT bem mostrou. Mas a insegurança parece reinar em Hollywood.

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  12. realmente dizem que esse filme é pessimo...o que é uma pena pois Aja tinha uma carreira promissora

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  13. Não acho que tudo o que se escreve (leia-se baboseira) sobre um filme é para ser levado a sério. Vi o filme e achei muito bom. Fui ver com a mente aberta por não saber que se tratava de um remake. E acho MUITO preconceito se julgar um filme (antes de tê-lo visto) somente pelo fato de ser um remake. Não é o primeiro remake de qualidade que assisto. Um outro exemplo é Vanilla Sky, que é muito bom. Recomendo ambos.

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